Chico Buarque ama o Rio de Janeiro, entre outros motivos, porque pode circular ali à vontade. Faz caminhadas e corridas com regularidade, sem que ninguém o incomode, a não ser um ou outro fã para uma selfie.
Ou fazia.
Chico vai ter de rever seus conceitos
com relação a seus exercícios em sua cidade. Não são mais os
paparazzi flagrando seus jantares com a namorada a uma distância
regulamentar.
Agora são fascistinhas em bando que
acham normal tolher o direito de ir e vir.
Uma “playboyzada” — na definição de Emicida — achou natural abordar de maneira agressiva um sujeito que vê pela TV por causa de suas posições políticas. Dois dos bobos foram identificados: Túlio Dek, um rapper que ninguém ouviu falar a não ser por seu namoro fugaz com a prima Cleo Pires, filha da atriz Glória Pires, registrado por revistas de fofoca; e o filho de Álvaro Garnero, Alvarinho.
Já Mário Garnero, pai de Álvaro, portanto avô de Alvarinho,
esteve no centro do “escândalo Brasilinvest”, banco de investimentos que fechou
em 1985 porque mais da metade de seus empréstimos fora contraída por empresas
“fantasmas”.
Garnero foi indiciado pela Polícia Federal por
estelionato, formação de quadrilha e operações fraudulentas no mercado
financeiro. Em 1997, teve a prisão preventiva pedida pela Procuradoria Geral da
República.
Nenhum deles faz, como diria minha tia
calabresa, porra nenhuma. Também não são obrigados, claro. Estavam, ao que
parece, saindo do restaurante Sushi Leblon. O filho de Garnero causou
controvérsia, recentemente, com um vídeo em que aparecia, alcoolizado,
acariciando Ronaldo Fenômeno, que o chamava de namorado.
O pai saiu em sua “defesa” quando o
rapaz foi “xingado” de gay. Álvaro, herdeiro do grupo Monteiro Aranha e auto
intitulado “empresário”, apresentava um programa de turismo jabazeiro na Rede
TV, viajando e se hospedando de graça. Nunca deu Ibope, mas a intenção não era
essa, e sim viajar na picaretagem. Filiou-se ao PRB. Pega uma praia com o
amigo Aécio quando a agenda permite.
Esses moleques inúteis perderam a
modéstia, a educação e a civilidade. A coxinhada revoltada on line acabou com
redes sociais, devastando as regras mais básicas, e agora atropela a
Constituição.
Até prova em contrário, qualquer um tem
o direito de acreditar no que quiser — no PT, na mula sem cabeça ou em bula de
remédio. Não para eles. Se pudesse, esse pessoal construiria muros separando
gente de “bem” e do mal. Tudo isso, obviamente, enquanto grita contra a
ditadura bolivariana e manda os outros irem para Cuba.
Ao Globo, Túlio Dek se disse “um
grande fã”, mas não entende como o ídolo continua defendendo o PT. Chico, um
homem bem sucedido, branco, rico como ele deveria ser como ele.
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