Deixa
ver se eu entendi: a Polícia Federal e o juiz Sergio Moro afirmaram,
textualmente, que a prisão de João Santana não tem nada a ver com as campanhas
do PT e mesmo assim a imprensa e a oposição fazem ilações de que vai sobrar
para a presidente Dilma?
Desconfio
que a imprensa não lê o que escreve. Na página X a "Folha" publica a
declaração de Moro que inocenta as campanhas do PT; na manchete, diz que a
prisão de Santana dá fôlego ao impeachment.
Me
recuso a qualificar João Santana de bandido, que é o que tenta fazer o
noticiário.
O
que ele fez – receber em dólares, no exterior – foi a mesma coisa que fez Duda
Mendonça, embora sejam coisas diferentes, pois Duda admitiu que recebeu no
exterior pela campanha e Santana recebeu de outras campanhas que fez no exterior.
Duda foi absolvido pelo STF. O que valia não vale mais?
Por
que então prenderam João Santana?
Para
que voltem a bater panelas, como voltaram?
Para
reacender a brasa adormecida do impeachment, como reacendeu?
Para
alimentar discursos de insanos como Roberto Freire, que nunca mais se recuperou
depois de se indignar com a "decisão" de que as cédulas em vez da
inscrição "em Deus confiamos" trariam "em Lula confiamos"?
As
três perguntas têm a mesma resposta: sim.
Quer
dizer, então, que é uma prisão com fins políticos. Prisão política.
João
Santana é um preso político em plena democracia.
E
quando o caldeirão de cultura do golpe estiver fervilhando ele será solto.
Moro,
Cunha, Gilmar Mendes não vão mais precisar dele.
Está
aí porque o prenderam: ele foi preso para ser solto.
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