Com o apoio do
governo, o Senado aprovou substitutivo do projeto de lei que abre mão de manter
a Petrobras como operadora única do pré-sal. Para aprovar o projeto que retira
a obrigatoriedade da estatal de participar de todos os consórcios com 30%, o
Planalto acordou com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) um texto que agrade a
todos. O texto estabelece que a Petrobras deverá se manifestar sobre sua
preferência como operadora dos campos que serão licitados e essa manifestação
será avaliada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A palavra
final do CNPE é sempre da Presidência da República. Com a votação nominal, o
resultado final da aprovação do substitutivo do senador Romero Jucá ao PLS
131/2015 foi de 40 votos sim, 26 não e uma abstenção. O texto segue para
análise da Câmara dos Deputados.
A proposta retira
da Petrobras a exclusividade das atividades no pré-sal e acaba com a obrigação
de a estatal a participar com pelo menos 30% dos investimentos em todos os
consórcios de exploração da camada. O projeto é de autoria do senador José
Serra (PSDB-SP) e foi relatado pelo senador Ricardo Ferraço (sem partido-ES).
Antes da votação,
os senadores discutiram a matéria por mais de quatro horas. Parlamentares
governistas criticavam o projeto, alegando que a aprovação da proposta
significaria entregar o pré-sal ao capital estrangeiro em um momento de
desvalorização dos barris do petróleo.
Já os senadores
favoráveis ao projeto argumentavam que a Petrobras, por conta do alto nível de
endividamento e também por causa dos escândalos de corrupção, não tem mais
condições de cumprir as obrigações previstas em lei.
De acordo com o
substitutivo aprovado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de
acordo com o interesse nacional, será o responsável por decidir quem vai
explorar as áreas do pré-sal. Então, o órgão oferecerá a Petrobras a
preferência para ser a operadora dessas áreas contratadas sob o regime de
partilha de produção. Depois disso, a Petrobras terá até 30 dias para se
manifestar sobre o direito de preferência em cada uma das áreas ofertadas. Caso
a Petrobras deseja fazer parte da exploração de determinada área, a estatal
deverá participar com o percentual mínimo de 30% dos investimentos. Se a
Petrobras optar por não participar do consórcio de exploração dá área leiloada,
será aberta uma licitação para a escolha da empresa que vai explorar o
consórcio.
Parte do PT não
gostou do projeto e a bancada se posicionou de forma contrária a qualquer
proposta que mexa na legislação de exploração do pré-sal. No entanto, o governo
avaliou que não conseguiria votos suficientes para barrar o projeto de autoria
do senador José Serra (PSDB-SP).
Durante o dia, os ministros Jaques
Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria Geral) tentaram mobilizar
petistas da casa para barrarem o projeto. Receberam ao longo do dia os
senadores Lindberg Farias (PT-RJ) e Vanessa Grazziotin (PT-AM). No entanto, ao
contabilizar que estava perdida a batalha, trocaram
a estratégia e agora tentam garantir o poder decisório a Dilma.
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