Ao longo do ano passado, o Brasil acompanhou a formação de uma aliança indecorosa entre representantes da oposição, como Aécio Neves (PSDB-MG) e Paulinho da Força (SD-SP), com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para levar adiante um golpe contra a democracia brasileira; quando a sociedade se deu conta de que o pedido de impeachment aprovado por Cunha era apenas uma tentativa de vingança do presidente da Câmara e de revanchismo dos derrotados nas eleições de 2014, os artífices do golpe começaram a acalentar um outro plano: levar adiante o impeachment, mas com outro condutor, menos contaminado por denúncias de corrupção; agora, fica no ar a dúvida: a oposição terá responsabilidade para ajudar a tirar o Brasil da crise ou tentará um golpe sem o peso de Cunha?
Desde que a
situação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se tornou
insustentável, diante de inúmeras acusações de corrupção, setores da oposição,
capitaneada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), passaram a traçar um novo
plano: o de levar adiante o golpe "limpinho e cheiroso" contra a
democracia após a queda de Cunha.
Para quem não se
lembra, em 2015, um ano praticamente perdido para o Brasil, a oposição selou
uma aliança indecorosa com Cunha. Ele, um personagem que se tornou símbolo da
corrupção no País, se tornou o cavaleiro de uma tentativa de derrubada de uma
presidente reconhecida como honesta até por seus adversários.
Mais do que
simplesmente apoiar o impeachment, a oposição também se aliou a Cunha nas
chamadas pautas-bomba do Congresso, de altíssimo custo fiscal para o País. O
PSDB, por exemplo, votou pela derrubada do fator previdenciário, criado pelo
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pelo que veio a se arrepender apenas
no início de 2016.
Com Cunha à frente
do processo, o impeachment se desmoralizou completamente. Afinal, como
sustentar um discurso moralista se era Cunha, com suas contas na Suíça, quem
conduzia a questão? Além disso, a sociedade passou a enxergar no impeachment a
simples tentativa de vingança por parte de um parlamentar acossado por
denúncias de corrupção.
Diante desse cenário, Aécio Neves passou a pregar a saída de Cunha da
presidência da Câmara como se não tivesse sido um dos seus maiores aliados –
registre-se aqui que a posição de Paulinho da Força (SD-SP) foi menos cínica. O
sindicalista da Força prometeu ser fiel a Cunha até o fim. Assim como Paulinho,
o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que entregou o pedido de impeachment ao
presidente da Câmara, também fez o que pôde para manter a aliança entre os
tucanos e o deputado agora réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção e
lavagem de dinheiro (leia mais aqui).
Um novo discurso
Como o golpe com
Cunha se tornou inviável, os líderes da oposição passaram a discutir um novo
plano, o de levar adiante o impeachment ou a cassação da chama Dilma-Temer no
Tribunal Superior Eleitoral com outro presidente na Câmara. Cogitava-se, por
exemplo, o nome de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Uma das razões para
essa guinada era o fato de que, na hipótese de cassação via TSE, Cunha
assumiria a presidência por 90 dias, até que convocasse novas eleições
presidenciais. O que seria absolutamente extravagante, como disse o ministro
Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal.
No entanto, após a queda de Cunha,
esse plano também terá grandes dificuldades para ser levado adiante. O mais
provável é que a presidente Dilma Rousseff recupere, agora, condições mínimas
de governabilidade. E se a oposição tiver algum pingo de responsabilidade com o
País tentará ajudá-la a tirar o País da atual crise em que se encontra. Uma
crise que foi eminentemente política antes de contaminar a economia.
1 comentários:
o PT acabou!!!esse site vai ficar sem argumentos para defender o governo. publica
3/3/16 15:19Postar um comentário
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