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Sujeitos malacunhados

3/02/2016


Ao longo do ano passado, o Brasil acompanhou a formação de uma aliança indecorosa entre representantes da oposição, como Aécio Neves (PSDB-MG) e Paulinho da Força (SD-SP), com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para levar adiante um golpe contra a democracia brasileira; quando a sociedade se deu conta de que o pedido de impeachment aprovado por Cunha era apenas uma tentativa de vingança do presidente da Câmara e de revanchismo dos derrotados nas eleições de 2014, os artífices do golpe começaram a acalentar um outro plano: levar adiante o impeachment, mas com outro condutor, menos contaminado por denúncias de corrupção; agora, fica no ar a dúvida: a oposição terá responsabilidade para ajudar a tirar o Brasil da crise ou tentará um golpe sem o peso de Cunha?

Desde que a situação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se tornou insustentável, diante de inúmeras acusações de corrupção, setores da oposição, capitaneada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), passaram a traçar um novo plano: o de levar adiante o golpe "limpinho e cheiroso" contra a democracia após a queda de Cunha.

Para quem não se lembra, em 2015, um ano praticamente perdido para o Brasil, a oposição selou uma aliança indecorosa com Cunha. Ele, um personagem que se tornou símbolo da corrupção no País, se tornou o cavaleiro de uma tentativa de derrubada de uma presidente reconhecida como honesta até por seus adversários.

Mais do que simplesmente apoiar o impeachment, a oposição também se aliou a Cunha nas chamadas pautas-bomba do Congresso, de altíssimo custo fiscal para o País. O PSDB, por exemplo, votou pela derrubada do fator previdenciário, criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pelo que veio a se arrepender apenas no início de 2016.

Com Cunha à frente do processo, o impeachment se desmoralizou completamente. Afinal, como sustentar um discurso moralista se era Cunha, com suas contas na Suíça, quem conduzia a questão? Além disso, a sociedade passou a enxergar no impeachment a simples tentativa de vingança por parte de um parlamentar acossado por denúncias de corrupção.

Diante desse cenário, Aécio Neves passou a pregar a saída de Cunha da presidência da Câmara como se não tivesse sido um dos seus maiores aliados – registre-se aqui que a posição de Paulinho da Força (SD-SP) foi menos cínica. O sindicalista da Força prometeu ser fiel a Cunha até o fim. Assim como Paulinho, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que entregou o pedido de impeachment ao presidente da Câmara, também fez o que pôde para manter a aliança entre os tucanos e o deputado agora réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro (leia mais aqui).

Um novo discurso

Como o golpe com Cunha se tornou inviável, os líderes da oposição passaram a discutir um novo plano, o de levar adiante o impeachment ou a cassação da chama Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral com outro presidente na Câmara. Cogitava-se, por exemplo, o nome de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

Uma das razões para essa guinada era o fato de que, na hipótese de cassação via TSE, Cunha assumiria a presidência por 90 dias, até que convocasse novas eleições presidenciais. O que seria absolutamente extravagante, como disse o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal.

No entanto, após a queda de Cunha, esse plano também terá grandes dificuldades para ser levado adiante. O mais provável é que a presidente Dilma Rousseff recupere, agora, condições mínimas de governabilidade. E se a oposição tiver algum pingo de responsabilidade com o País tentará ajudá-la a tirar o País da atual crise em que se encontra. Uma crise que foi eminentemente política antes de contaminar a economia.

1 comentários:

Anônimo disse...

o PT acabou!!!esse site vai ficar sem argumentos para defender o governo. publica

3/3/16 15:19

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