O apelido de
“mordomo de filme de terror” dado por Antonio Carlos Magalhães, com toda a
sua malvadeza, a Michel Temer começará a se justificar para o grande público.
Segundo
Moreira Franco – de onde, qualquer um sabe, boa coisa não vem – o usurpador
anunciará seus primeiros éditos.
Neles, como
disse ontem, parte será explícita, mas boa parte será dissimulada, como seu
autor.
Medidas como
o saque aos direitos dos aposentados não devem ser anunciadas diretamente, mas
construído por subterfúgios que permitirão, afinal, fazer o mal que se quer.
Temer não
tem força nem caráter para assumir aquilo a que se comprometeu, como já se viu
na molecagem que se fez no (pseudo?) episódio da indicação de “Newtinho”
Cardoso para o Ministério da Defesa. Retirado o “bode”, Raul Jungmann “desceu”
mais fácil.
À Fiesp, se
não for mais outro caprino, dá-se o pastor Marcos Pereira, da Universal, não
fará os fará pagar o pato, mas o dízimo. Nada que lhes seja mais gravoso que
ter um homem do caráter de Armando Monteiro no Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio.
Não falta
esperteza ou habilidade de manipulação política a Michel Temer. Ao contrário,
estas lhe sobram.
O que lhe
falta – e a sua ascensão à Presidência é um atestado – é caráter e sinceridade.
Se a
deslealdade, a dissimulação – o fingimento,mesmo – deram tão certo
que o levaram ao lugar ao qual o voto jamais o levaria, porque governar com
outro método?
Nenhuma.
Ou melhor, apenas
uma falha no roteiro.
É que,
agora, todo mundo já sabe que o mordomo será o autor dos crimes, embora,
como mordomo, seu papel é servir a outros com um ar distante e aparentemente
altivo.
Não haverá
suspense, portanto.
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