O governo Temer, que já vinha se
arrastando, está agora tecnicamente morto.
Não há salvação possível depois que
veio a público, pela Folha, uma conversa entre o ministro Romero Jucá e um
investigado na Lava Jato.
A conversa, numa linha, confirma o que
já se sabia sobre o golpe: uma mulher honesta foi derrubada por homens
corruptos.
A diferença, agora, é que isto foi
claramente exposto por Jucá, um dos articuladores do impeachment e espécie de
primeiro ministro de Temer.
O objetivo jamais foi combater a
corrupção. Foi, sim, preservar corruptos como o próprio Jucá e tantos outros.
Não sobra ninguém da conversa. Temer,
por exemplo, foi definido como “homem do Cunha”. (Abaixo, uma ilustração do
grupo Jornalistas Livres que resume o escândalo.)
A diferença, agora, é que isto foi
claramente exposto por Jucá, um dos articuladores do impeachment e espécie de
primeiro ministro de Temer.
O objetivo jamais foi combater a
corrupção. Foi, sim, preservar corruptos como o próprio Jucá e tantos outros.
Não sobra ninguém da conversa. Temer,
por exemplo, foi definido como “homem do Cunha”. (Abaixo, uma ilustração do
grupo Jornalistas Livres que resume o escândalo.)
Em sua superior mediocridade, Temer
passou uma vida inteira como como um figurante. Só foi notado pelos brasileiros
quando apareceu com uma mulher que poderia ser sua neta. Agora, ele se consagra
como o “homem do Cunha”.
Jucá cita também o Supremo como parte
da trama. Afirma que esteve com vários ministros do STF para discutir o golpe.
Não os cita. Mas você pode deduzir
facilmente que juízes militantes como Gilmar Mendes e Dias Toffoli falaram com
Jucá.
Gilmar jamais fez questão de esconder
sua militância. Numa cena infame, apareceu às vésperas do impeachment numa fotografia
ao lado de Serra, e sequer ficou vermelho. Para ele, ficou natural ser um
político desvairado com toga.
Nunca mais você verá uma sessão do STF
da mesma forma, isto é certo. Aqueles senhores (e senhoras) circunspectos e com
capas ridículas parecerão um bando de golpistas.
Rosa Weber há dias intimou Dilma a
dizer por que ela anda chamando o golpe de golpe. Dilma pode entregar a Rosa
uma cópia da conversa de Jucá.
Aécio também é citado na conversa:
“Todo mundo conhece o esquema do PSDB.” Menos a mídia, talvez, que jamais tratou
decentemente do assunto.
Isso permite ainda hoje a velhos
demagogos como FHC, Serra e Aécio posarem de homens acima de qualquer suspeita
e falarem de corrupção como se fosse alguma coisa da qual estivessem
imaculadamente distantes.
A mídia também está lá na conversa
gravada. Os barões da imprensa, está registrado, tinham todo o interesse em
tirar Dilma.
Nenhuma novidade, mais uma vez. Colocar
um presidente amigo, como Temer, daria às grandes empresas jornalísticas livre
acesso ao dinheiro público, por meio de publicidade oficial, empréstimos do
BNDES e outras mamatas que fizeram a fortuna bilionária dos Marinhos, dos
Civitas e dos Frias.
A Folha, que participou ativamente da
trama que derrubou Dilma, parece ter dado um golpe de mestre com esta história.
Enquanto a Globo descaradamente passou
a praticar um jornalismo chapa branca, a Folha tenta mostrar que não tem rabo
preso com ninguém, como disse seu marketing durante muitos anos.
É uma espécie de retorno aos últimos
tempos da ditadura, quando a Folha pregava as diretas já e a Globo continuava a
defender os militares.
Como a Globo vai-se sair dessa – se é
que vai – é uma incógnita.
Quem, definitivamente, não tem como se
livrar das consequências das inconfidências de Jucá é Temer, o Breve.
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