O Instituto Datafolha confirma que cometeu uma
"imprecisão", ao divulgar pesquisa, no último domingo, informando que
50% dos brasileiros querem que Michel Temer continue presidente e apenas 3%
defendem novas eleições – quando o número real é próximo a 60%; a fraude foi
apontada por 247 no último domingo e denunciada pelo jornalista Glenn
Greenwald; Folha chegou aos 50% pró-Temer ao excluir da questão "Dilma ou
Temer" a hipótese de novas eleições; erro foi reconhecido por Luciana
Schong, diretora do Datafolha, que afirmou, no entanto, que as perguntas foram
determinadas pela Folha, de Otávio Frias Filho; segundo Greenwald, ao incitar
um golpe e manipular informações para que ele se consolide, a mídia brasileira
representa uma ameaça à democracia e à liberdade de expressão.
O escândalo da pesquisa Datafolha publicada no último fim de semana, que parece ter sido feita sob medida para manipular a opinião pública, influenciar o voto de senadores no processo de impeachment e favorecer o interino Michel Temer.
Rememorando, a Folha publicou que 50%
dos brasileiros defendem a permanência de Temer até 2018 e que apenas 3%
defendem novas eleições – quando o número real dos que querem a saída do vice
em exercício é próximo a 60%. O erro, apontado por 247 e The Intercept, foi tão
gritante que o próprio Datafolha se viu forçado a reconhecê-lo (leia mais aqui).
Na reportagem do The Intercept, os jornalistas Glenn Greenwald e Erick Dau
bateram duro no instituto do grupo Folha. "A manchete – que sugere
que metade da população deseja a permanência de Temer na Presidência até 2018 –
foi reproduzida por grande parte dos veículos de comunicação do país e
rapidamente passou a ser considerada uma verdade indiscutível: como um fato
decisivo, com potencial para selar o destino de Dilma.
Afinal, se literalmente
50% do país deseja que Temer permaneça na Presidência até 2018, é difícil
acreditar que Senadores indecisos contrariem a vontade de metade da
população", diz o texto. "Tornou-se evidente que, seja por
desonestidade ou incompetência extrema, a Folha cometeu uma fraude
jornalística."
Nesta
quarta-feira, o Datafolha recebeu dezenas de pedidos de esclarecimento sobre o
que chamou de "imprecisão" deste último domingo, mas ainda não emitiu
nenhuma nota oficial. Nunca, em sua história, o instituto do grupo empresarial
de Otávio Frias Filho teve sua credibilidade tão contestada.
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