O Ministério da Educação do governo interino anunciou hoje o adiamento, para o dia 15 de
julho, da conclusão das inscrições dos estudantes pré-selecionados para
ter acesso ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), cujo prazo começaria
nesta sexta-feira, primeiro de julho. A medida, que conturbará a vida de
milhares de estudantes, é consequência do desmonte das estruturas do MEC e da
demissão de funcionários e técnicos familiarizados com a gestão dos programas.
A justificativa do governo interino foi a de que serão necessários
ajustes no sistema por conta da elevação do teto de renda familiar, de 2,5 para
3 salários mínimos, o que não explica tamanho atraso.
Se com o Fies está
acontecendo isso, imagine com o Enem, um programa mais complexo, que envolve
número muito maior de estudantes e a aplicação de provas em todo o pais, dizem
funcionários do MEC, que esta semana fizeram um “trancaço” na porta do
ministério em protesto contra o desmonte.
Inscreveram-se para o FIES 294 mil estudantes para as 75 mil vagas
oferecidas pelo governo. O resultado da pré-seleção foi divulgado ontem, embora
dentro do prazo mas só depois das 22 horas. A lista dos pré-selecionados pode
ser conferida na página do Fies
mas ela assegura apenas a expectativa de direito às vagas. A conclusão da
inscrição envolve a apresentação de documentos, comprovação de renda e outras
providências que foram adiadas para o dia 15.
Quando as aulas começarem, muitos
poderão ainda não ter tido a confirmação da seleção nem ter assinado o contrato
de financiamento, o que lhes permitiria frequentar a instituição escolhida.
Os não-selecionados, da mesma foram, podem ser informados disso muito
tarde, dificultando a busca de alternativas para pagar a faculdade e não perder
o semestre. O aviso publicado diz apenas que a conclusão das inscrições começa
dia 15 mas não prevê a data de encerramento do processo.
Os tropeços
indicam que a nova gestão, depois de dispensar especialistas e técnicos com a
motivação ideológica de sempre (serem ligado ao governo Dilma), está
enfrentando dificuldades operacionais com um sistema que é eficiente mas exige
ser operado por quem o domina.
Tereza Cruvinel
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