O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou com uma petição na ONU
(Organização das Nações Unidas) em que alega violação dos direitos humanos na
condução da Operação Lava Jato, que tem ele como um dos alvos. De acordo com
informações do jornal The Telegraph, Lula recorreu ao advogado especializado em
direitos humanos Geoffrey Robertson, que ficou conhecido por defender Julian
Assange, fundador do Wikileaks, o ex-boxeador Mike Tyson e o autor indiano
Salman Rushdie. O jornal afirma que Lula pode ser preso e ofuscar os Jogos
Olímpicos Rio-2016.
O advogado alega abuso de poder pelo juiz federal Sergio Moro, que é
responsável pelas investigações na Operação Lava Jato. Robertson destaca que os
telefones do ex-presidente, os de sua família e de advogados foram grampeados.
"As transcrições, bem como o áudio das conversas, estão sendo liberados
para uma imprensa hostil. O juiz está invadindo sua privacidade e pode
prendê-lo a qualquer momento e, em seguida, pode ser julgado sem um júri",
disse ele.
Segundo o advogado, na Inglaterra, "nenhum magistrado poderia agir
dessa maneira. O juiz ainda tem o poder de deter os suspeitos infindamente na
prisão até que confessem. Há uma barganha. Este sistema viola os direitos
humanos fundamentais e já foi condenado por órgãos da ONU".
De acordo com Robertson, o caso vai expor o problema da prisão
preventiva e das condenações "injustas" no Brasil, que são feitas
baseadas em confissões de suspeitos que só querem sair da prisão. Para ele, as
investigações são essencialmente importantes para o combate à corrupção, apenas
se ocorrer de forma justa. O Telegraph ressalta que Lula, que presidiu o Brasil
entre 2003 e 2010, foi alvo de condução coercitiva em março de 2016, na fase
Aletheia da Lava Jato.
Cabe lembrar que, na semana passada, o Ministério Público Federal do
Distrito Federal apresentou à Justiça de Brasília denúncia contra Lula, o
ex-senador Delcídio do Amaral, o pecuarista José Carlos Costa Bumlai, André
Esteves (ex-controlador do banco BTG Pactual) e mais 3 pessoas. Eles são
acusados de agirem irregularmente para atrapalhar as investigações da Operação Lava
Jato.
Os demais
acusados são: Diogo Ferreira Rodriguez (ex-chefe de gabinete de Delcídio),
Edson Siqueira Ribeiro Filho (ex-advogado de Nestor Cerveró) e Maurício Barros
Bumlai (filho de José Carlos Bumlai). O caso já havia sido denunciado pelo
Procurador Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, em dezembro do ano passado,
mas, em decorrência da perda de foro privilegiado de Delcídio do Amaral, e
também pelo fato de o crime ter ocorrido em Brasília, a denúncia foi enviada à
Justiça Federal do DF.
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