- Quero a verdade.
Tragam-me números.
Essa ilusão
quantitativa que por tanto tempo teve vigência na opinião pública não leva em
conta o quanto os números escondem ou podem esconder a realidade. O
desmascaramento das pesquisas do Datafalha escancara a manipulação feita pelas
pesquisas e como trataram de influencias na opinião pública.
Por si só o fato de
que os dois mais importantes institutos de pesquisas até aqui – o Ibope e o
Datafolha – tivessem vínculos políticos muito diretos – um com a Globo, o outro
com a Folha -, que tem posições partidárias claras há anos no Brasil, já
demonstrava a falta de isenção deles. Ainda mais se sabemos que faziam as
pesquisas quando lhes interessava, sobre os temas que lhes interessavam, com as
perguntas voltadas para as respostas que lhes interessavam.
À luz desse
desmascaramento do Datafalha, podemos olhar para tras e reconsiderar os
consensos fabricados na opinião pública, que se tornaram verdades
estabelecidas, embora forjadas na cozinha dos institutos de pesquisa. Passaram
a ideia de um isolamento formidável do Lula em 2005, mas um ano depois o Lula
foi reeleito. Massacram o Lula durante todo seu segundo mandato, mas ele o
concluiu com popularidade de 87%.
Mais recentemente,
as manipulações foram mais escandalosas. Imaginar que a Dilma poderia, em
poucas semanas, baixar de mais de 50% de apoio a menos 10%. E se valer disso
para propagar que a voz das ruas pedia o impeachment, o que serviu como
argumento político para parlamentares que não tinham argumento sobre crimes de
responsabilidade, mas que diziam estar sintonizados com as ruas. Mesmo quando
obviamente as ruas passaram a ser ocupadas pelos movimentos populares, a mídia
seguiu, nos seus editoriais, a se apropriar das ruas, como se as antigas
pesquisas, manipuladas, lhes dessem esse direito.
Agora tanto as ruas, como as próprias pesquisas, feitas pelos mesmos órgãos da direita, apontam em outra direção: a voz das ruas quer Fora Temer. 81%, escondidos na pesquisa do Datafolha, não querem Temer, não querem o golpe, querem o Fora Temer.
Apesar de perderem
todas as eleições presidenciais desde 2002, os editoriais da velha mídia usam
plurais majestáticos para tentar passar seus interesses particulares pelos
interesses do país. O Brasil não quer o golpe, não quer o Temer, não acredita
mais na velha mídia.
Depois de intoxicar
a cabeça dos brasileiros de que o problema fundamental do pais é a corrupção
(do PT, claro), buscam confirmar isso nas suas pesquisas, com as formulações
capciosas, que favoreçam as respostas que lhes interessam, que serão destacadas
devidamente nas manchetes.
Mas nessa mesma
pesquisa já devidamente desmoralizada, se anunciar que a corrupção seria a
principal preocupação dos brasileiros. Mas logo em seguida vem a saúde, o
desemprego, a educação que, somados, superam a corrupção. Portanto os problemas
sociais seguem sendo a maior preocupação dos brasileiros, ao contrário do que
anunciam os arautos do golpe.
O país mudou muito
desde aquele vergonhoso domingo circense preparado pela mídia, de que fazia
parte uma suposta voz das ruas a favor do golpe. Agora a voz das ruas, vista
nas ruas, e presente nas pesquisas, é outra: a grande maioria dos brasileiros, mais de 4 em 5, quer o Fora Temer.
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