Opuseram-se, de um lado, nostálgicos da ditadura, o Brasil misógino de Frota e Bolsonaro; da sanha entreguista de Serra em doação das riquezas do Pré-Sal; de financistas que acham o salário mínimo alto demais, as aposentadorias precoces e os juros justos; e de outro, o Brasil dos sem-terra, dos sem-teto e dos sem-fome, dos operários e cotistas; daquele Brasil que acredita na democracia e na legalidade e que não admitirá a supressão do direito de eleger o seu representante máximo.
O afastamento de Dilma Rousseff (PT) e a ascensão do
interino Michel Temer acabou por jogar luz sobre o projeto daqueles que foram
às ruas nas manifestações pretéritas. É o Brasil dos privilégios, que concede
reajustes a categorias remediadas do funcionalismo, que intenta acobertar a corrupção,
que espolia o patrimônio nacional, as reservas do pré-sal, em benefício de
interesses estrangeiros.
Há na interinidade um notório retrocesso em garantias
sociais. O Brasil conservador está tão assanhado que chegou-se ao absurdo de
propor uma jornada de trabalho de 80 horas semanais. Mas nem isso foi capaz de
arrefecer o ânimo golpista dos canarinhos.
Pois foi contra a supressão dessas conquistas que o Brasil
progressista foi ao Largo da Batata, contra a reforma trabalhista que
privilegia o pato da Paulista; contra os cortes no Bolsa Família, que a revelia
das distorções, salva da fome milhões.
Saiu também às ruas contra a misoginia ministerial, contra
a cultura do estupro de Alexandre Frota e de Jair Bolsonaro; contra a
ascendência reacionária cristã que ofende a sociedade com uma proposta de cura
gay.
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