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Almofadinhas X Trabalhadores

8/01/2016



Dois brasis confrontaram-se neste domingo (31) nas ruas das capitais do país. Duas propostas de nação postaram-se na trincheira dos protestos: uma que defende a legalidade e que teme pelo futuro da democracia; outra que afasta um presidente legitimamente eleito, sem crime, e que promove uma patética e perigosa apologia da ditadura militar.

Opuseram-se, de um lado, nostálgicos da ditadura, o Brasil misógino de Frota e Bolsonaro; da sanha entreguista de Serra em doação das riquezas do Pré-Sal; de financistas que acham o salário mínimo alto demais, as aposentadorias precoces e os juros justos; e de outro, o Brasil dos sem-terra, dos sem-teto e dos sem-fome, dos operários e cotistas; daquele Brasil que acredita na democracia e na legalidade e que não admitirá a supressão do direito de eleger o seu representante máximo.

São Paulo foi palco de cabal demonstração da divisão que o país vive. De um lado, no Largo da Batata, 40 mil sem-terra, sem-teto, operários, cotistas; de outro, na Paulista, 5 mil tementes de se tornarem sem-Disney, sem-carro-do-ano, a Fiesp, os nostálgicos do ideário dos coturnos.
O afastamento de Dilma Rousseff (PT) e a ascensão do interino Michel Temer acabou por jogar luz sobre o projeto daqueles que foram às ruas nas manifestações pretéritas. É o Brasil dos privilégios, que concede reajustes a categorias remediadas do funcionalismo, que intenta acobertar a corrupção, que espolia o patrimônio nacional, as reservas do pré-sal, em benefício de interesses estrangeiros.
Há na interinidade um notório retrocesso em garantias sociais. O Brasil conservador está tão assanhado que chegou-se ao absurdo de propor uma jornada de trabalho de 80 horas semanais. Mas nem isso foi capaz de arrefecer o ânimo golpista dos canarinhos.
Pois foi contra a supressão dessas conquistas que o Brasil progressista foi ao Largo da Batata, contra a reforma trabalhista que privilegia o pato da Paulista; contra os cortes no Bolsa Família, que a revelia das distorções, salva da fome milhões.
Saiu também às ruas contra a misoginia ministerial, contra a cultura do estupro de Alexandre Frota e de Jair Bolsonaro; contra a ascendência reacionária cristã que ofende a sociedade com uma proposta de cura gay.

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