A presidente Dilma Rousseff não falou apenas como
uma governante ameaçada por um golpe de Estado, mas como combatente pela
democracia e pela justiça.
Seu discurso foi límpido e emocionante. Acusou seus
acusadores. Desmascarou seus interesses. Expôs suas manobras e falsidades.
Apontou o caráter de classe do golpismo.
Declarou sua inocência com altivez e dignidade.
Portou-se, perante as ratazanas do Senado, com a mesma firmeza de mirada com a
qual, há mais de quarenta anos, enfrentou seus algozes em um tribunal militar.
A presidente pode ter cometido erros em seu
mandato, muitas vezes frustrando e desanimando as forças populares. Mas é
inquestionável sua retidão de caráter, sua valentia e seu compromisso com o
povo brasileiro.
Suas palavras de hoje entrarão para a história,
qualquer que seja o resultado do processo de impeachment. Alentarão um novo
governo, caso a democracia seja vitoriosa, ou impulsionarão a resistência das
ruas.
Dilma Rousseff, de toda forma, fez o que tinha de
ser feito: encarou os inimigos da pátria com a mesma determinação, imponência, altivez e coragem de
quando teve que enfrenta-los sob tortura e prisão.
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