Ministra do Supremo Tribunal Federal rejeitou
ser chamada de "presidenta" do STF por ser "amante da língua
portuguesa"; Pasquale Cipro Neto explica por que a expressão é considerada
correta segundo as normas do idioma
A ministra Carmen Lúcia, que assumiu
a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), disse não querer ser chamada
de “presidenta”. “Eu fui estudante e eu sou amante da língua portuguesa. Eu
acho que o cargo é de presidente, não é não?”, argumentou durante uma sessão da
última semana.
No entanto, em sua coluna no
jornal Folha de S. Paulo, nesta quinta-feira (18), o professor de Português Pasquale Cipro Neto contestou a explicação
da ministra e afirmou que o termo “presidenta” está correto.
“Na sua edição de 1913, o dicionário Cândido de Figueiredo registra
‘presidenta’, como ‘neologismo’. Um século depois, esse ‘neo-‘ perdeu a razão”,
observou.
“A edição de 1939 do ‘Vocabulário Ortográfico’ registra o termo. A
última edição de cada um dos nossos mais importantes dicionários e a do
‘Vocabulário Ortográfico’ também registram”, prosseguiu.
A polêmica
em torno da palavra “presidenta” teve início com a eleição de Dilma Rousseff,
que preferiu usar essa forma como uma maneira de acentuar a posição feminina,
por ser a primeira mulher a presidir o país. Desde então, vem sendo bastante
criticada sob a falsa ideia de que a expressão iria contra as normas da língua
portuguesa.
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