Trata-se
de matemática: se um dos pais viveu até os 70 anos, a chance de o filho chegar
a essa idade aumenta em 17% -- o efeito é cumulativo
A longevidade está muito mais relacionada ao
tempo de vida dos pais do que se pode imaginar. De acordo com a pesquisa, a
maior já realizada sobre o assunto até então, pessoas cujos pais viveram
até os 70 anos ou mais têm maior probabilidade de não desenvolver problemas
cardíacos e cânceres quando chegarem à terceira idade. E, portanto, atingirão a
mesma faixa etária.
Para chegar à conclusão,
pesquisadores analisaram dados de cerca de 186.000 adultos com idade entre 55 e
73 anos, acompanhados ao longo de oito anos. Durante o estudo, os participantes
relataram o tempo de vida dos pais as doenças sofridas por eles.
Os resultados mostraram que se
um dos pais viveu até os 70 anos, a chance de o filho chegar a essa idade
aumenta 17% — e esse efeito é cumulativo. Ou seja, se o pai ou a mãe viveu até
o 100 anos, por exemplo, a probabilidade de o filho chegar pelo menos aos 70
anos sobe para 68%. Além disso, para cada década vivida além dos 70 anos,
o risco de o filho desenvolver câncer caiu 7% e doenças cardíacas, 20%.
Os que têm pais longevos
sofrem menos de problemas, como derrame, hipertensão , colesterol alto e
fibrilação atrial. Os resultados permaneceram mesmo após serem
considerados fatores como tabagismo, consumo de alto, sedentarismo e obesidade.
“Esse é o maior estudo a mostrar
o impacto do tempo de vida dos pais na longevidade dos filhos. Nossos
resultados são úteis também para pesquisas futuras, nos ajudará a prever a
probabilidade de identificar e tratar pacientes a partir desse tipo de
risco”, disse Janice Atkins, pesquisadora da Universidade de Exeter, no
Reino Unido, e principal autora do estudo.
George Kuchel, coautor do estudo
e pesquisador do Centro de Envelhecimento da Universidade de Connecticut,
ressalta que o envelhecimento em si já é um fator de risco para o
desenvolvimento de doenças crônicas, como as cardíacas, e essas descobertas
destacam a importância do papel dos nossos pais no desenvolvimento dessas
condições. “Conforme vamos entendendo melhor esses fatores, mais podemos
ajudar a pessoas a envelhecerem bem”, destaca.
A mesma equipe de pesquisadores
já havia publicado outro estudo no início deste ano, no periódico científico Aging,
mostrando que a prole de pais que viveram bastante tinha maior probabilidade de
ser portadora de genes que protegem contra diversas condições como hipertensão,
sobrepeso, obesidade e diabetes tipo 1.
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