“As senhoras e os senhores estão preparados para a guerra civil? Não? Entrincheirem-se, então, porque o conflito é inevitável. O povo brasileiro, que provou por alguns poucos anos, o gosto da emergência social não retornará submissamente à senzala”. A advertência foi feita nesta terça-feira (30), pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), em seu pronunciamento no Senado Federal durante o julgamento do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Segundo Requião, as propostas defendidas por aqueles que querem a derrubada de Dilma representam uma combinação explosiva de entreguismo com medidas contra os aposentados, os assalariados, os mais pobres, contra direitos e conquistas populares, que alimentam as contradições de classe e, em consequência, a luta de classes.
“Se as senhoras e os senhores concordam com a redução do Brasil a um
medíocre estado associado, outro Porto Rico, que se sintam servidos. Não será a
primeira vez que os abutres e os corvos caem sobre o nosso país,
retalhando-o, estraçalhando-o, sugando-o”, acrescentou o senador, que repetiu
as palavras que Tancredo Neves dirigiu contra Moura Andrade que declarou vaga a
presidência com João Goulart ainda em território nacional, consumando o golpe
de 64: “Canalha! Canalha! Canalha!”, repetiu, dirigindo-se a Aécio Neves, neto
de Tancredo, e aos demais senadores que querem derrubar a presidenta da
República.
“As intenções do vice que quer ser titular são claras, solares”, emendou
Requião:
– Desvincular o reajuste das aposentadorias e pensões do aumento do
salário mínimo. Será a destruição do maior instrumento de distribuição de renda
do país, que é a Previdência Social. Se pensões e aposentadorias não mais
acompanharem o aumento do salário mínimo vai ser um massacre contra mais de 20
milhões de brasileiros.
– Rever direitos e garantias sociais acumulados ao longo dos últimos 80
anos, especialmente direitos e garantias previstos na CLT. Impor, como pedra de
toque dessa revisão, o negociado sobre o legislado.
– Eliminar tímidas conquistas na área da igualdade de gênero.
– Congelar por inacreditáveis 20 anos as despesas correntes e de
investimento da União, excetuando-se as despesas financeiras com o serviço da
dívida pública. Ou seja: congelar por duas décadas as despesas com saúde,
educação, segurança pública, saneamento, infraestrutura, habitação, mas
garantir o pagamento de juros.
–
Privatização em regra e alienação radical de todo o patrimônio energético,
mineral, florestal, agrário, territorial, hídrico, fabril, tecnológico e aéreo
do Brasil. Depois da entrega do pré-sal, da venda de terras para os
estrangeiros, querem entregar até mesmo o Aquífero Guarani, a maior reserva de
água potável do planeta.
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