Anastasia, pior que Passarinho: nem escrúpulos de consciência tem, para mandar às favas
Em dezembro de 1968, ao participar da reunião que em que Costa e Silva decidiu pela implantação do AI-5 e, com ele, a suspensão dos míseros direitos individuais que restavam após o golpe de 1964, o coronel Jarbas Passarinho, pronunciou seu famoso “Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência” e acompanhou a violência que se praticava ali.
Em dezembro de 1968, ao participar da reunião que em que Costa e Silva decidiu pela implantação do AI-5 e, com ele, a suspensão dos míseros direitos individuais que restavam após o golpe de 1964, o coronel Jarbas Passarinho, pronunciou seu famoso “Às favas, senhor presidente, neste momento, todos os escrúpulos de consciência” e acompanhou a violência que se praticava ali.
Antonio Anastasia, ao ler seu relatório pela cassação de Dilma, sequer a
sinceridade do desabafo de Passarinho tem.
Se não manda às favas seus escrúpulos de consciência ao condenar
uma governante eleita e uma mulher honesta, por crimes que, simplesmente, não
existiram – e peritos e MP o afirmam -, mas apenas porque isso é parte do golpe
político, mostra que, se escrúpulos não tem para lançar fora, queira o destino
tenha uma consciência na qual lhe ardam a culpa e o remorso de sua vilania.
Senador, o tempo, que anistia os pecadilhos de qualquer existência
humana, é impiedoso com o grande pecado dos liberticidas e dos golpistas.
Se os filhos, criados na fartura que a vida política democrática lhe
deu, não se envergonharem de seu pai, os netos, um dia, inocentes, terão
vergonha de dizer que o avô era um golpista. O nome pode ficar algum tempo
batizando avenidas e praças, mas acabará sendo tirado de lá, como acabaram
sendo os que não tiveram escrúpulos ou os lançaram fora.
Não escrevo com ódio, mas constrangimento ver um homem prestar-se a
isso.
Nada o obrigava ao papel de algoz, nada lhe exigia tomar o machado nas
mãos.
Nada, exceto o seu sabujismo a Aécio Neves, ao playboy tardio que lhe deu, por procuração, o
Governo de Minas, mesmo antes de que o senhor fosse eleito, porque administrar
e trabalhar eram a ele tarefas enfadonhas.
Até agora, o senhor tinha o direito àquilo que todos nós temos: que o
tempo que nos leva, levasse também nossos nomes ao descanso e ao esquecimento.
Mas o de Antonio ANASTASIA, agora, estará gravado no mármore da
infâmia, com o título que nem Jarbas Passarinho mereceu: o que não mandou às
favas seus escrúpulos porque sequer os tinha.
(Texto de Fernando Brito no Tijolaço)
(Texto de Fernando Brito no Tijolaço)
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