Uma das
principais articuladoras do golpe parlamentar de 2016, a Globo já cobra de
Michel Temer as medidas daquele que considera ser seu próprio governo; entre
elas, as reformas trabalhista e previdenciária, que flexibilizam direitos dos
trabalhadores e ampliam a idade mínima de aposentadoria; Globo também cobra a
não interferência no caso Eduardo Cunha (PMDB-RJ), outro personagem central na
trama golpista, e a pacificação com PSDB e DEM – o que significa seguir uma
agenda mais liberal; no Estado de S. Paulo, que também apoiou a derrubada de
Dilma, são cobradas as "medidas amargas"
Os irmãos Marinho, donos da Globo, mais do que nunca, estão no poder. E
cobra de seu presidente, Michel Temer, que adote as medidas prometidas.
As duas principais reformas exigidas pela família Marinho, na primeira
página do Globo, são a previdenciária, que pode ampliar para 70 anos a idade
mínima de aposentadoria, e a trabalhista, que flexibiliza os direitos dos
trabalhadores e permite que patrões contratem empregados sem as garantias da
CLT.
A Globo também cobra de seu presidente que busque a paz na relação com
PSDB e DEM, o que significa adotar uma agenda mais liberal na economia. Outra
demanda, talvez utópica, é que Temer não interfira no caso Eduardo Cunha – até
porque a interferência vem sendo conduzida por seu aliado Rodrigo Maia
(DEM-RJ), presidente da Câmara, que parece estar disposto a fazer de tudo para
que Cunha não seja cassado.
Um dia
depois do impeachment, o Estado de S. Paulo, que também apoiou a deposição da presidente Dilma
Rousseff, diz que é chegada a hora das "medidas amargas" na economia.
Ou seja: o Brasil, cujo PIB caiu 0,6% no trimestre, pode ser preparar para
tempos de mais arrocho e recessão, se Temer de fato seguir os conselhos de seus
principais apoiadores.
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