Ela está passando quase despercebida, sem tsunamis nem
marolas significativas na mídia. Trata-se da primeira greve dos funcionários do
Itamaraty.
Começou no dia 22 de agosto. Até o momento, teve a adesão,
além dos sediados no Brasil, de funcionários de 112 repartições diplomáticas
brasileiras pelo mundo.
Com a greve, ficaram prejudicadas algumas atividades do
serviço consular, como, por exemplo, a emissão de passaportes, certidões e
outros serviços. Nota Bene: a greve era dos chamados "funcionários de
chancelaria", não dos diplomatas de carreira.
Há uma série de reivindicações ligadas à carreira funcional.
A mais importante delas é a de equiparação salarial às demais carreiras
chamadas "de Estado", como Polícia Federal, Receita, Tesouro
Nacional. Caso atendida, a reivindicação vai significar um reajuste de cerca de
30% nos salários.
No dia 21 de setembro, durante a presença de Michel Temer em
Nova Iork, para abrir a Assembleia Anual da ONU, os funcionários lotados nesta
cidade, em Chicago e em Boston fizeram uma manifestação em favor das
reivindicações. Entregaram uma carta a José Serra, assinada pela presidenta do
Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério de Relações Exteriores
(Sinditamaraty), Suellen Paz.
Os grevistas têm se queixado da dificuldade de negociar com
Serra. Este determinara o corte do ponto dos que aderiram a greve. Entretanto o
Superior Tribunal de Justiça Federal determinou a suspensão do corte,
reconhecendo a legalidade da greve, o que foi considerado uma vitória pelo
sindicato.
O Sinditamaraty também denunciou práticas de assédio moral,
antissindicalistas e intimidatórias contra os grevistas.
Diante destes desenvolvimentos, a greve parece encaminhar-se
para o final. O sindicato, depois de assembléia presencial realizada em
Brasília, na quarta-feira (28), encaminhou votação neste sentido pela internet
a partir das 20 h daquele dia até as 20h de sábado (1º).
As informações podem ser confirmadas no site do sindicato:
www.sinditamaraty.org.br .
A greve e a entrega da carta poderiam ajudar a explicar o
clima de chilique do ministro ao retornar da viagem aos EUA, que teria ameaçado
demitir todos os seus assessores, menos um. Como costuma acontecer nestes
casos, não deu para confirmar a notícia. Mas também não houve nenhum
desmentido.
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