Os
impactos do golpe parlamentar de 2016 e da operação Lava Jato na economia
brasileira fizeram o Brasil deixar a liderança no número de multinacionais
latino-americana.
Em
2018, mostra levantamento inédito realizado pelo Boston Consulting Group (BCG),
26 das 100 multinacionais mais relevantes da América Latina são brasileiras,
contra 34 em 2009, numa queda de 24% - a maior perda de participação entre os
países analisados. Com isso, o Brasil foi ultrapassado pelo México, que se
manteve estável com 28 companhias na listagem.
"O
Brasil perdeu espaço por um conjunto de fatores. Essa talvez tenha sido uma das
décadas mais difíceis para o país em termos macroeconômicos e de instabilidade
política e das instituições. Isso acabou afetando bastante as empresas brasileiras,
que sofreram em termos de crescimento neste período e também em termos de
prospectos futuros", diz Daniel Azevedo, sócio do BCG e um dos autores do
estudo.
A
Colômbia foi o país que mais ganhou espaço na década, avançando de apenas cinco
para 11 "multilatinas". Representando apenas 5% do Produto Interno
Bruto (PIB) latino-americano, mas sede de 18% das multinacionais listadas, o
Chile continuou a se destacar na internacionalização de seu setor corporativo.
Das
34 companhias brasileiras que constavam da lista "BCG Multilatinas"
em 2009, 20 deixaram a relação em 2018. Entre elas, estão muitas das envolvidas
desde 2014 nas investigações da operação Lava-Jato.
Entre
as multinacionais brasileiras, apenas 14 das que constavam da lista do BCG em
2009 se mantiveram no levantamento deste ano. Dentre elas, estão Vale, Gerdau,
Embraer, Globo e Natura.
Brasil 247
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