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HOMENS BONS DE PASSADO INGLÓRIO

3/13/2018




No passado existiam de um lado os cidadãos de bem e do outro lado os outros. Que eram cidadãos de bem? É simples esta resposta, eram pessoas que tinham consciência da cidadania e conseguiam garantir seus direitos, poderíamos até dizer simplesmente, eram pessoas que possuíam o direito de voto. Talvez já se tenha perdido a memória, mas voto universal é algo recente. No Brasil Colônia votavam somente os “homens bons”, ou seja, pessoas de famílias endinheiradas, senhores de engenho, proprietários de escravos e só os homens.

Em 1964 a repressão serve diretamente no combate explícito de qualquer movimento popular, e esta repressão veladamente é aprovada pelos remanescentes dos “bons homens” do Brasil Colônia. Um prisioneiro comum ser torturado pela polícia era um fato corrente até trinta anos atrás, mesmo após a democratização.

Com o desenvolvimento dos movimentos de direitos humanos, torturas explícitas e públicas a suspeitos de crimes vai diminuindo ano a ano, porém as condições dos presídios brasileiros, verdadeiros resquícios de prisões medievais, confirma que ainda se está longe de um Estado para todos.

A falta de pudor da imprensa brasileira, que expunha suspeitos de baixo nível de renda ao ridículo, vem diminuindo a cada dia, mas quando se mata uma pessoa por dia nas nossas favelas se acha muito natural, entretanto quando um representante dos “bons homens” é morto num ato de um criminoso qualquer saem para as ruas grupos vestidos de branco pedindo paz e segurança.

Estamos na presença de dois movimentos inversos, o sentido de cidadania que aumenta a cada dia na população em geral, e o medo que se alastra por todos os descendentes dos “bons homens” que muitos no fundo de sua mente ainda gostaria de uma polícia com seu próprio arbítrio “pedalasse” na porta de qualquer comunidade popular a busca de suspeitos de crimes.

Enquanto não houver a conciliação entre o direito da maioria com o fim do sentido de “bom homem” em toda a sociedade a polícia ficará entre a cruz e a espada, ou reprime sem grandes preocupações com as leis tornando-se arbitrária e truculenta ou segue conceitos de direitos universais e é taxada de leniente ineficiente.
O arquivamento do processo civilizatório é quase isso, ou mais.

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