Aos poetas e aos artistas não me apresento. Os cerimoniais e os
formalismos dos cartões de visita sucumbem nos turbilhões da arte. Arte de
encontros e desencontros a preterir quaisquer apresentações.
Nesta manhã de enfeite, chuvosa, que veio a ofuscar o sol escaldante da beirada da Ipueira, desperta as praças, becos, quebradas e as pontas de rua, num desses dias de feira, onde os meninos beiradeiros estiveram a carregar a fome em suas sacolas e resenhas de solidão n'alma.
Contornando a Ilha do Miradouro em direção à desembocadura do canal do Guaxinim os barcos singram as águas, ainda sonolentos, para romperem o marasmo tocado por Morfeu quando os caboclos pescadores semeiam e colhem as dádivas das entranhas do rio.
Na feira multicor, personagens anônimos não se silenciam porque os seus cantos são brados da nossa saga nordestina.
O Velho Chico, o rio sagrado, jamais se quedará na amplidão do semiárido. Será infinitamente berço, jamais túmulo, das esperanças que se renovam a cada instante.
Então, alcançando o pôr-do-sol, todos nós da urbe chique seguiremos caminhando e cantando neste vale de lágrimas, unidos de braços dados ou não.
Nesta manhã de enfeite, chuvosa, que veio a ofuscar o sol escaldante da beirada da Ipueira, desperta as praças, becos, quebradas e as pontas de rua, num desses dias de feira, onde os meninos beiradeiros estiveram a carregar a fome em suas sacolas e resenhas de solidão n'alma.
Contornando a Ilha do Miradouro em direção à desembocadura do canal do Guaxinim os barcos singram as águas, ainda sonolentos, para romperem o marasmo tocado por Morfeu quando os caboclos pescadores semeiam e colhem as dádivas das entranhas do rio.
Na feira multicor, personagens anônimos não se silenciam porque os seus cantos são brados da nossa saga nordestina.
O Velho Chico, o rio sagrado, jamais se quedará na amplidão do semiárido. Será infinitamente berço, jamais túmulo, das esperanças que se renovam a cada instante.
Então, alcançando o pôr-do-sol, todos nós da urbe chique seguiremos caminhando e cantando neste vale de lágrimas, unidos de braços dados ou não.
Nilson Machado de Azevedo
1 comentários:
Bela poesia!
11/3/18 13:56Postar um comentário
Os comentários serão de responsabilidade dos autores. podendo responder peço conteúdo postado!