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Relatório diz que tripulação sabia das irregularidades em avião da chapecoense

4/27/2018





A Aeronáutica Civil da Colômbia divulgou na manhã desta sexta-feira (27) o relatório final das investigações sobre o acidente com o avião da Chapecoense. As autoridades responsabilizaram a empresa Lamia pela falta de combustível, fator determinante para a queda do avião que deixou seis feridos e 71 mortos em novembro de 2016. Segundo o relatório, a tripulação estava ciente das irregularidades do voo.

As investigações duraram um ano e cinco meses e reuniram autoridades e instituições de cinco países: Colômbia, Bolívia, Brasil, Estados Unidos e Inglaterra. Entre os fatos conclusivos apontados pelas autoridades, o relatório assinala que a empresa Lamia, ao planejar um voo sem escalas entre Santa Cruz (Bolívia) e Rionegro (Colômbia), não cumpriu com os requisitos de quantidade mínima de combustível exigida nas normas internacionais, já que não levou em conta as reservas obrigatórias.

Segundo o relatório, para percorrer a rota de Santa Cruz a Rionegro, as disposições do setor exigiam uma quantidade mínima de combustível de 11,6 mil kg. No entanto, a aeronave só contava com 9,3 mil kg, ou seja, tinha um déficit de 2,3 mil kg.

O documento também indica que nem a empresa e nem a tripulação, apesar de estarem cientes da pouca quantidade de combustível para terminar o voo, tomaram a decisão de aterrissar em outro aeroporto em rota para reabastecer e continuar o trajeto em segurança.

As investigações também apontaram que a empresa boliviana Lamia tinha deficiências organizacionais, passava por situação econômica difícil e tinha problemas no seu sistema de gestão de segurança operacional e no cumprimento das normas sobre o uso de combustível. Todos esses fatores teriam contribuído para o acidente, assim como a chamada tardia para relatar o problema aos controladores de voo.

Segundo as autoridades colombianas, 40 minutos antes do acidente, equipamentos da aeronave sinalizaram a escassez de combustível, mas o piloto só relatou o problema instantes antes dos motores da aeronave se desligarem. A Aeronáutica colombiana disse, ainda, que os controladores de tráfego aéreo não souberam dessa deficiência a tempo de planejar uma parada emergencial em outro aeroporto

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