A
Aeronáutica Civil da Colômbia divulgou na manhã desta sexta-feira (27) o
relatório final das investigações sobre o acidente com o avião da Chapecoense.
As autoridades responsabilizaram a empresa Lamia pela falta de combustível,
fator determinante para a queda do avião que deixou seis feridos e 71 mortos em
novembro de 2016. Segundo o relatório, a tripulação estava ciente das
irregularidades do voo.
As
investigações duraram um ano e cinco meses e reuniram autoridades e
instituições de cinco países: Colômbia, Bolívia, Brasil, Estados Unidos e
Inglaterra. Entre os fatos conclusivos apontados pelas autoridades, o relatório
assinala que a empresa Lamia, ao planejar um voo sem escalas entre Santa Cruz
(Bolívia) e Rionegro (Colômbia), não cumpriu com os requisitos de quantidade
mínima de combustível exigida nas normas internacionais, já que não levou em
conta as reservas obrigatórias.
Segundo
o relatório, para percorrer a rota de Santa Cruz a Rionegro, as disposições do
setor exigiam uma quantidade mínima de combustível de 11,6 mil kg. No entanto,
a aeronave só contava com 9,3 mil kg, ou seja, tinha um déficit de 2,3 mil kg.
O
documento também indica que nem a empresa e nem a tripulação, apesar de estarem
cientes da pouca quantidade de combustível para terminar o voo, tomaram a
decisão de aterrissar em outro aeroporto em rota para reabastecer e continuar o
trajeto em segurança.
As
investigações também apontaram que a empresa boliviana Lamia tinha deficiências
organizacionais, passava por situação econômica difícil e tinha problemas no
seu sistema de gestão de segurança operacional e no cumprimento das normas
sobre o uso de combustível. Todos esses fatores teriam contribuído para o
acidente, assim como a chamada tardia para relatar o problema aos controladores
de voo.
Segundo
as autoridades colombianas, 40 minutos antes do acidente, equipamentos da
aeronave sinalizaram a escassez de combustível, mas o piloto só relatou o
problema instantes antes dos motores da aeronave se desligarem. A Aeronáutica
colombiana disse, ainda, que os controladores de tráfego aéreo não souberam
dessa deficiência a tempo de planejar uma parada emergencial em outro aeroporto
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