É cedo para analisar o impacto da
decisão do STF de retirar de Sergio Moro trechos da delação da Odebrecht que
citam Lula, incluídos aí os processos do sítio de Atibaia e do Instituto
Lula.
Não haveria, entenderam os ministros
da Segunda Turma num placar de 3 a 2, causa e efeito entre as denúncias e as
supostas vantagens recebidas no alegado esquema.
Pela reação da Lava Jato, ou ausência
dela, o baque foi sentido.
“O Juiz federal Sergio Fernando Moro
não irá se manifestar sobre este assunto”, disse em nota a assessoria da
Justiça Federal no Paraná.
A “força-tarefa” ainda está
analisando o quadro e a PGR destacou que vai analisar se recorrerá da decisão.
A defesa de Lula, por seu lado, foi
rápida.
“A decisão proferida pela Segunda
Turma do STF confirma o que sempre foi dito pela defesa do ex-Presidente Lula.
Não há qualquer elemento concreto que possa justificar a competência da 13ª
Vara Federal Criminal de Curitiba nos processos envolvendo o ex-presidente”,
declarou Cristiano Zanin Martins.
“Entendemos que essa decisão da
Suprema Corte faz cessar de uma vez por todas o juízo de exceção criado
para Lula em Curitiba, impondo a remessa das ações que lá tramitam para São
Paulo”.
Em 2016, Paulo Sérgio Leite
Fernandes, decano dos advogados criminalistas de São Paulo, definiu Lula como o “troféu
de caça” de Moro.
Sergio Moro se fez em cima do seu adversário
político.
Graças à sua Nêmesis, (deusa da vingança) virou capa de
revista, ganhou prêmio da Globo, dá palestra dia sim, dia sim também nos EUA, é
ovacionado em shows de rock, virou heroi de sua gente do sul do Brasil.
Sem Lula, ele e os Dallagnois perdem
a razão de ser e o rico filão que exploram se evapora.
A juíza Carolina Lebbos - que só podia ser também de Curitiba - já aprendeu o
jogo e veta todos os visitantes na sede da PF. Está adorando cada minuto de
fama e de “rigorosa”.
Foi a maior derrota até o momento
para a panela curitibana, uma aberração jurídica que resulta, por exemplo, em
juízes paranaenses sugerindo “cusparadas no meio da fuça” de senadoras.
Passou da hora dos cultuadores dessa
“rebuscada e caprichosa desumanidade”, nas palavras de Rui Barbosa, saberem que
não são intocáveis.
Que seja apenas o começo.
Diário do Centro do Mundo (DCM)
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