Sabe aquela frase que vira e mexe você escuta por aí: “Ser mãe é padecer no
paraíso ou ela é a rainha do lar? Pois é, possivelmente deve ter
sido inventada por um ilustrativo homem pançudo, daqueles de cartola, fumando
charuto, de fraque e bengala, tendo os olhos a lacrimejar cifrões com a
máquina registradora à sua frente, lançando slogans capitalistas para
sensibilizá-lo a fazer novas compras enquanto o seu cartão de crédito, se
é que se tem, dá tremeliques e afunda-se em dívidas por conta, entre outras,
dos gastos recentes realizados com os tais ovos de chocolate da Páscoa que
muitos andaram a comprar, no mês passado.
Longe
de mim querer ser rotulado de chato. Direi apenas que o dia das mães, na
forma como se festeja, é mais uma invenção da enganadora
sociedade capitalista, que recorre a datas comemorativas com o intuito único e
exclusivo de fortalecer seus caixas, seus comércios, suas empresas, por
meio do consumo nervoso, desenfreado, paranoico, graças
ao incentivo midiático que abastece a alienação cultural
impositiva.
Dizem
que por um lado isso é bom, pois gera empregos temporários. Mas, de outro
lado, digo eu, isso acaba pressionando as pessoas a consumir cada vez mais,
inspiradas pelo apelo das bem elaboradas propagandas, do tipo: “Compre esse
perfume para dar um cheiro em sua mãe que ela vai adorar”, “Sua mãe não merece
ganhar esse sapato de salto alto, portanto compre
batom", "É esparrela sua mãe sem presente no dia
dela” e... por aí vai.
É
por isso e em razão de tudo isto estamos no mesmo barco, exaurindo a imagem que
nos venderam, a ambicionar o segundo domingo de maio, reforçando a base da
pirâmide capitalista não obstante a constância da vida que não deveria ser
convertida, forçosamente, em produtos de consumo.
À vista disso, dirijo minha solidariedade às mães e mulheres trabalhadoras de todo Brasil, cujo sentimental ainda não foi destruído pela mídia e pelos persuasivos presentes materiais.
Continuo
a acreditar no valor das pequenas coisas, pois grande é
afirmar que mãe é a soma de todos os afetos.
Nilson Machado de Azevedo
0 comentários:
Postar um comentário
Os comentários serão de responsabilidade dos autores. podendo responder peço conteúdo postado!