Minha avó costumava dizer: "Mentira tem pernas
curtas." Esta sentença envolvia um certo sentido filosófico. Era como se o
mentiroso fosse fácil de ser apanhado e, claro, ao sê-lo se cobriria de
vergonha e de desonra.
Tempos em que os vocábulos honra, ética, dignidade, decoro,
honestidade não eram vulgarizados em rotineiras notícias na imprensa escrita e
falada.
Faz promessas ou juras que não pretende cumprir e até se
traveste de verdade, audaciosa e descaradamente. Claro que ela se apoia na
impunidade, muitas vezes. Hoje dir-se-ia que há dentro do Brasil uma verdadeira
nação da mentira. A mentira criou realmente um poder paralelo, assim como está
acontecendo, infelizmente, com a violência.
A força de persuasão de certas mentiras acaba por elidir
qualquer possibilidade de a extirparem. Hoje em dia, é tal o seu poder de
convicção, que alguns indivíduos se elegem em face da enganação, da mentira.
Mentir e mentir sempre, até as penúltimas consequências.
Relembrando minha avó, ela também
costumava dizer que às vezes a cobra morre pelo próprio veneno. Contudo, digo
eu, nem sempre isto acontece, pois a mentira, quando muito arraigada, costuma
resistir e ressurgir sempre, pelo hábito. A sua peçonha a realimenta.
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