Políticos que acumulam quase 30
anos de mandato se emocionam ao deixar o Congresso
Embora ainda falte
dez dias para o recesso, parlamentares que não se reelegeram em outubro
aproveitaram o que deve ser a última sessão do ano na Câmara para se despedirem
do cargo. Entre eles, alguns que acumulam quase 30 anos de mandato parlamentar,
como o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). O tucano derrubou
lágrimas ao discursar no plenário aos colegas.
“Venho a essa
tribuna com o sentimento de missão cumprida”, disse Hauly. Eleito em 1991,
“quando o Brasil tinha 150 milhões de brasileiros”, o deputado participou de
episódios importantes na história do País, como os impeachments de Fernando
Collor e de Dilma Rousseff.
Visivelmente
emocionado, passou seus últimos dias no Congresso tentando aprovar a reforma
tributária, seu projeto “dos olhos”, em comissões da Casa. Conseguiu na
véspera. “Espero ter deixado amigos e amigas. Se alguma inimizade ficou, por alguma
ofensa, peço desculpas e perdão”, seguiu. Foi aplaudido pelos colegas e não
conseguiu segurar as lágrimas. “Eu disse que não ia chorar”, brincou.
As despedidas não
se restringiram a apenas um campo político. Decano da oposição na Câmara, Chico
Alencar (PSOL-RJ), deputado há 15 anos, também usou a tribuna para
agradecer aos colegas, incluindo os adversários.
Com a voz
embargada em alguns momentos, Alencar, que é um dos fundadores do PSOL,
disse que travou boas batalhas no plenário, destacando que acumulou “muito mais
derrotas do que vitórias”. Foi aplaudido longamente pelo plenário. Na
sequência, deputados discursaram o elogiando.
A “trajetória de
luta” também foi tema do discurso do deputado Arnaldo Faria de Sá
(PP-SP),
que deixará a Câmara após 32 anos. Lembrou sua defesa pela Previdência,
aposentados e idosos. Em seguida, pediu aos que ficaram que continuem sua luta.
Foi aplaudido e chamado de “referência” pelos colegas.
A Câmara realizou
nesta quarta-feira, 12, praticamente seu último dia de trabalho no
plenário. O recesso parlamentar começa oficialmente dia 23. Porém, os deputados
eleitos precisam se diplomar nos Estados até o prazo final que é dia 19 de
dezembro, por isso, não deve haver quórum em Brasília na próxima semana.
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