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Filho do presidente Jair e o crime organizado no Rio de Janeiro

1/23/2019



O envolvimento do senador Bolsonaro em questões polêmicas não se restringe à questão dos depósitos irregulares de Queiroz, na Operação Furna da Onça. O parlamentar é suspeito, ainda, segundo a Operação Quarto Elemento, também do MPE-RJ, que investiga a maior milícia do Estado, em atuação na Zona Oeste do Rio.

Ao todo, foram presas 43 pessoas. O maior negócio da quadrilha era a extorsão. A ala Administração atuava na 34ª DP (Bangu), 36ª DP (Bangu) e na Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Identificavam pessoas que seriam alvos de operações e iam na frente, para extorqui-las.

Foram detidos 23 policiais civis, cinco policiais militares, dois bombeiros e um agente penitenciário.

MARIELLE

O líder da organização é Wellington da Silva Braga, o Ecko, que assumiu o comando depois da morte de seu irmão Carlinhos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes. Outros irmãos participavam da quadrilha, incluindo Luiz Antônio Braga, Zinho, dono de uma empresa, a Macla Extração e Comércio de Saibro.

“O mapa ao lado é incipiente”, sublinha. “Foi montado exclusivamente com informações divulgadas pela imprensa do Rio, especialmente jornais O Dia, Extra e G1 e mostra a abrangência de atuação da milícia”.

Carlinhos Três Pontes era o cappo da milícia. Morto, foi substituído pelo irmão Wellington da Silva Braga, secundado pelos também irmãos Wallace e Luiz Antônio, conhecido como Zinho.
Vamos ao jogo de relacionamentos:

Zinho é o principal suspeito de ter contratado o assassino da vereadora Marielle Franco. Na campanha, o ato de maior impacto foi o do futuro governador do Rio, Wilson Witzel, comemorando dois brutamontes arrebentando a placa com o nome de Marielle.

Na operação foram presos os irmãos gêmeos, PMs Alan e Alex Rodrigues de Oliveira, que atuavam como seguranças de Flávio Bolsonaro na campanha de 2018. Flávio defendeu-se tratando-os apenas como voluntários sem maiores ligações. Fotos no Twitter desmentiam, mostrando intimidade ampla dos Bolsonaro – pai e filho – com os irmãos.

Três PMs membros da organização, e detidos pela operação – Leonardo Ferreira de Andrade, Carlos Menezes de Lima, Bruno Duarte Pinho  – , foram alvos de moções de louvor e congratulações de Flávio, quando deputado estadual. Dizia a moção:

Líder do PT na Câmara, o deputado federal Paulo Pimenta (RS) quer a quebra do sigilo bancário do senador eleito Flávio Bolsonaro, do seu ex-motorista e assessor Fabrício Queiroz e dos seus familiares. Ele diz que as transações financeiras atípicas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) podem ir além das suspeitas de apropriação de parte dos salários dos assessores e revelar relações da família Bolsonaro com negócios de milicianos no Rio de Janeiro.

— Não estamos aqui falando sobre o depósito de dinheiro de servidores na conta de colega. Não estamos falando de venda de carros. Estamos falando de algo muito maior, que pode ter conexões com o crime organizado. Quando forem abertas essas contas e pudermos conhecer a movimentação delas nos últimos dez anos, nós vamos encontrar coisas que ninguém imagina: o subterrâneo do financiamento desse esquema que envolve uma relação íntima entre o crime no Rio de Janeiro e essa família — diz Pimenta, em vídeo publicado nas redes sociais.

Correio do Brasil

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