A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) está
mobilizando as entidades de classe dos agricultores da região Oeste para
se manifestarem a favor de uma emenda ao relatório do deputado Aldo
Rebelo na revisão do Código Florestal. Pelo Artigo 47 do texto proposto
pela Comissão Mista do Congresso, que será levado para votação na
Câmara, o Novo Código irá impor a proibição total de abertura de novas
áreas em todos os biomas florestais brasileiros durante cinco anos. A
medida trará sérios prejuízos econômicos e impactos irreversíveis à
produção agrícola baiana, tanto no seu principal pólo produtivo, a
região Oeste, onde se localizam municípios como Luís Eduardo Magalhães,
Barreiras, São Desidério, Correntina, Cocos e Formosa do Rio Preto,
quanto nas regiões da Caatinga, bioma que cobre 70% do território
baiano, e é a base da sobrevivência de milhares de pessoas.
O cerrado baiano é uma das mais recentes fronteiras agrícolas do
Brasil. Sua ocupação começou há cerca de 20 anos, e hoje, além da
produção primária, a agroindústria crescente, a estrutura logística, o
comércio e os serviços ligados ao agronegócio reforçam seu
desenvolvimento. Os produtores argumentam que a região não terá
condições de potencializar sua atividade agrícola, cuja vocação é
conhecida e respeitada em todo o mundo.
“Tratar com igualdade situações totalmente diferentes é uma injustiça. O
cerrado baiano tem 65% do seu território intacto. Aqui, produtores,
Governos do Estado, através da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) e
Secretaria da Agricultura (SEAGRI), juntos com a sociedade civil,
formularam um dos mais avançados programas de regularização e adequação
ambiental dos imóveis rurais que existem hoje no Brasil. Negar à região,
que é altamente produtiva, o direito de produzir mais alimentos e
fibras é mais que condenar a população baiana e nordestina. É uma
irresponsabilidade com o Brasil e com a população mundial, que cresce e
demanda cada vez mais produtos agrícolas”, afirma o vice-presidente da
Aiba, Sérgio Pitt.
Lastro vegetal
A caatinga compreende quase todo o estado e concentra as populações
mais pobres da Bahia. De acordo com o secretário da Agricultura, Eduardo
Salles, nesta área diversos programas sociais voltados à agricultura
familiar estão sendo implantados pelo Governo do Estado, e serão
prejudicados caso o relatório seja aprovado como está. “Esta medida é
danosa tanto para a agricultura empresarial, como para a familiar, e
atinge em cheio a economia baiana, que tem no setor um dos seus mais
importantes lastros”, disse o secretário.
Fonte:
Imprensa Aiba
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Imprensa Aiba
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