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Chove lá fora

5/03/2011

Hoje no tic tac do relógio o tempo passa de pressa e a chuva não cai. Mas olhando o passado, vamos lembrar que quando criança chovia lá fora quase sem parar. Ruas alagadas, tempo fechado e o canto dos sapos por todos os lados.

Crescemos e parece que por ter mais consciência das coisas, a chuva já não cai mais como outrora. Seria apenas uma visão infantil sem noção do tempo e espaço? Hoje parece chover tão pouco! Não era as chuvas que faziam os agricultores semear e colher? As poças de lama não duravam mais tempo, ao ponto de por várias semanas colocarmos os nossos barquinhos para serem levados pelo vento?

A chuva parecia entender nossas necessidades e justamente durante as férias ela caia, onde todos podiam correr e aproveitar, molhando os amigos pisando na lama, banhando nas bicas escondidos dos pais, que sempre diziam que a água era suja das titicas de gato depositadas no telhado.

Ah, o tempo passa e as lembraças do passado nos chegam ao momento que ouvimos a chuva cair, sentido o cheiro de terra molhada. Poucos a apreciam ou percebem. Frente a TV, PC ou Vídeo Game a suavidade que a chuva traz passa despercebida. Ela que parece lavar nossa alma renovando a esperança para um novo amanhecer.

É tão bom se perder no tempo, onde se mistura as lembraças e inocência da infância de quando se ouvia as gotas caírem no telhado.

Hoje o homem na sua busca desenfreada pelo capitalismo incutiu na inocência infantil o consumismo. Exterminou as matas desviando o rumo dos ventos que carregavam as nuvens. Aniquilou os rios tirando de nós a visão do arco-Iris que sinalizava a chegada das chuvas e até as mariposas já não existem mais.

De volta à realidade, vivo agora a lembrança de um passado distante onde as andorinhas cobrindo os fios faziam verão. Em revoada se foram e levaram consigo os sonhos, as certezas incertas de um passado que não volta mais.

Rastejando dentro das possibilidades humanas, resta-nos a paisagem sórdida do sol escaldante que devora vidas lentamente, pois já não há esperança quando o céu se abre levando consigo as nuvens marrons carregadas de orvalho, luzes e sons pronunciando a vida em forma chuva.

Chove lá fora, por isso sonhei.

Edgardo Pessoa Filho - GAL

5 comentários:

Anônimo disse...

O AMADURECIMENTO ,INFELIZMENTE, AFASTA O HOMEM(UNS MAIS OUTROS MENOS)DO COTIDIANO, DA SIMPLICIDADE DAS COISAS, DA BELEZA DA NATUREZA ;A VIDA CORRE CADA VEZ MAIS E NESSA CORRERIA PASSAMOS DESPERCEBIDOS DO SIGNIFICADO E DA MAGIA DO QUE NOS CERCA ,PARA MUITOS ESSA REFLEXÃO SÓ CHEGA QUANDO JÁ NÃO TEM MAIS CONDIÇÃO DE USUFRUIR E APRECIAR O QUE QUANDO CRIANÇA ERA TÃO VITAL.
TRISTE VIDA ,BUSCA INCESSANTE QUE NÃO DEIXA PERCEBER O REAL SIGNIFICADO DE UMA "SIMPLES" CHUVA E NÓS SOMOS COMO ELA "PASSAGEIROS".

4/5/11 00:03
Anônimo disse...

Bom texto, realidade expressada. A gente anda tão distande de nós mesmo; ciente dessa realidade, optei continuar indo pro 'quintal' e fazer xixi no chão; olhar pro céu e espreguiçar feito gato,cachorro; prefiro, e optei não levar a vida tão a sério. Somente assim vivo a vida seriamente... Pena que poucos riem, dão um olá, um bom dia de verdade; o mundo está estressado... Por isso me meto à besta de jogar tudo pros ares e viver cada momento, sem estresse...

4/5/11 06:42
Anônimo disse...

Estou vendo seu Gal que o senhor também sabe filosofar e falar de coisas lindas e não somente de política.
Muito interessante o seu texto, dá para viajar mesmo.
Gostei, parabéns.

4/5/11 13:31
Anônimo disse...

Com certeza, Gal copiou de algum autor desconhecido!
No google vc encontra milhares.

4/5/11 20:21
FANZOCA de GAL disse...

ô povim invejoso!
Cambada de oligrofênicos-parasitas.
Gal é uma das pessoas mais inteligentes de Xique-Xique.
Ainda tem mais: Gal és um dos comerciante mais ricos de Xique-Xique rico porque trabalha muito.E vocês, seus vagáus?.
Vocês invejosos que vão beber a água da SAEE e da ipueira.
Gal, não dê ousadia para esses energúmenos.

4/5/11 22:22

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