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O DEDURISMO PREMIADO

12/16/2012

 










O festejado escritor Machado de Assis, em "Conto de escola" mostra a história de um garoto que foi dedurado por um coleguinha, em razão de haver recebido uma moeda de outro colega como pagamento de "pesca" na prova de português. A delação do conto machadiano é movida pela inveja, e não chega a ser premiada pelo professor, pai do corruptor, nem aplaudida pela turma.   No filme "Sociedade dos poetas mortos", o aluno mais apagado prefere se render às pressões das autoridades da escola tradicional delatando os colegas do grupo transgressor das normas daquela instituição do que ficar do lado dos colegas acusados.

Há quem diga que vivemos um "momento pedagógico" em termos de política e de moral. Nesse momento político em que vivemos usa-se e abusa-se do direito de acusar algum desafeto visando o benefício próprio, mesmo sem a demonstração de provas cabais
Não podemos olvidar o fato de que o ex- deputado Roberto Jefferson,  do PTB,  não denunciou o suposto esquema do mensalão por dever para com a pátria ou com o povo brasileiro, mas sim para se livrar da acusação de corrupção que lhe foi imposta.


Na verdade, foi na condição de réu que Jefferson abriu as porteiras da delação como forma de se safar da pecha de corrupto passivo, de lavador de dinheiro, chegando mesmo a se passar para os incautos como um sujeito ético-moral e patriota. Dizendo que não era melhor nem pior do que ninguém, o referido ex- deputado passou a ser admirado pela sua sinceridade e até passou a se comportar como se fosse um artista famoso, fazendo caras e bocas e oferecendo autógrafos ou, como se fosse um intelectual, ministrando conferências e palestras em entidades renomadas públicas e privadas.

Cogitar-se-ia, até, que não seríamos uma nação verdadeiramente moral, naturalmente ética, mas sim o Brasil do "jeitinho".
A antiga ‘lei de Gerson’ – aquela norma abominável que sugere sempre se levar vantagem em tudo – vem sendo gradativamente substituída pela ‘lei de Jefferson’ cujo lema é: se você está  sendo acusado, acuse, pois, possivelmente, mesmo sem provas você terá sucesso; se alguém está querendo lhe atacar, também ataque; se estão querendo lhe afogar, arraste junto quem você puder, tenha como fundamento a verdade sabida do domínio do fato.



Espaço Acadêmico




4 comentários:

Anônimo disse...

Nilson, nesse artigo, ler-te é viajar no tempo. Saindo do Brasil Contemporâneo para a Grécia, precisamente, na Sicília, 465 a.C, a Retórica surge em uma época que em não existiam os advogados, o próprio cidadão quem deveria defender seus direitos, a verdade de nada valia, mas sim a argumentação usada (o poder dos saberes do discurso e a as técnicas discursivas e os jogos discursivos envolvidos...), em “defesa da tal verdade”...

Feliz domingo.
Reinadi Sampaio.

16/12/12 08:27
Anônimo disse...

COM ISTO QUER DIZER QUE A VOZ CONCORDA QUE O MENSALÃO NÃO FOSSE DESCOBERTO? QUE O BRASIL CONTINUASSE A SER ROUBADO ATÉ OS DIAS DE HOJE? APENAS PARA PROTEGER O PT COM LULA, ZÉ DIRCEU E CIA?

16/12/12 09:13
NOGUEIRA disse...

Eu li com atenção e não achei que Gal e seus amigos intelectuais estão defendendo o mensalão. Muito pelo contrário.
O primeiro comentarista disse tudo.

16/12/12 13:48
Anônimo disse...

Ladrão que Rouba Ladrão merece 100 anos de Perdão!!. Agora Ladrão que Rouba Cidadão!! Merece 100 anos de Prisão!!.

16/12/12 15:19

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