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Marina pintou ou não se pintou?

3/20/2014


A adesão de Marina Silva à frente de reacionários e ressentidos antilulistas – que está virando o PSB em quase toda a sua totalidade – fará a ex-senadora subir no mesmo palanque do pré-candidato a governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), da bancada ruralista. 

Para aquela que se destacou como ambientalista, seria razoável lembrar que os liderados por Caiado são os que mais estragos provocaram no texto final do Código Florestal, os que mais radicalmente se opõem ao endurecimento das penas por submeter trabalhadores a regime de escravidão etc. Mas Caiado já declarou apoio a Campos, devidamente retribuído, e organiza sua pré-campanha em Goiás.

Os novos parceiros políticos também a colocarão no palanque ao lado de Jorge Bornhausen, por sua vez, o "novo" cacique do PSB em Santa Catarina. E também com o ex-DEM Heráclito Fortes, recém-integrado ao PSB do Piauí, além de várias outras filiações demotucanas exóticas, para um partido que nasceu se dizendo de esquerda e carregando o "socialista" no nome.

Marina parece não se importar e roda o Brasil proclamando a "nova política", enquanto, do seu lado, o candidato Eduardo Campos prepara sua sucessão ao governo de Pernambuco com uma lista de opções tiradas de seu clã familiar e político. Além dos dois secretários cotados para a disputa, Campos mantém no governo ao menos uma dezena de parentes seus e de sua mulher. A irmã da primeira-dama, Ana Elisabeth de Andrade Lima Molina, médica de carreira da Secretaria da Saúde, foi alçada a um cargo de direção da pasta.

Antes de fazer campanha para que a mãe, a então deputada Ana Arraes, fosse nomeada ministra do Tribunal de Contas da União, em 2011, Campos já havia patrocinado a escolha de dois parentes para ocupar espaços no Tribunal de Contas do Estado. Ele indicou como conselheiros do órgão um primo seu, João Campos, e um primo da mulher, Marcos Loreto. Outro primo do governador, Thiago Arraes Alencar Norões, foi escolhido procurador-geral do Estado no início do segundo mandato de Eduardo Campos.

Como Campos, e sobretudo Marina, conseguirão manter seus discursos de nova política mantendo tantas e tamanhas contradições deveremos conferir em breve, assim que comecem as campanhas eleitorais. Aliás, Marina Silva se pintou com as cores da reação, as mesmas que usa em suas preferências sociais: contra o aborto legal, contra o reconhecimento das relações homoafetivas, contra as pesquisas com células tronco, enfim, contra todos os movimentos de progresso ou de remoção de preconceitos.