Calabouço 1968-um tiro no coração do Brasil

Um crime sangrento da ditadura militar será lembrado, ainda neste mês de março, com o lançamento do documentário Calabouço 1968 - Um tiro no coração do Brasil, de Paulo Gomes, produtor, e Carlos Pronzato, diretor. Ele resgata a morte do estudante Edson Luís de Lima Souto, (18 anos) na invasão policial do restaurante Calabouço, pelas forças repressoras do golpe militar.

Na tarde do dia 28 de março de 1968, o local estava repleto de estudantes secundaristas que reivindicavam a conclusão das obras do restaurante e melhorias na alimentação, quando foram reprimidos com violência pelos agentes do regime militar fascista.

O comandante da tropa da PM dos generais golpistas, aspirante Aloísio Raposo, atirou e matou, covardemente, o secundarista Edson Luís com um tiro a queima roupa no peito. O corpo de Edson Luis foi velado na antiga Assembleia Legislativa, que funcionava onde hoje é a atual Câmara de Vereadores, na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro.

O Rio de Janeiro parou no dia do enterro. Para expressar seu protesto, os cinemas da Cinelândia amanheceram anunciando três filmes: A noite dos Generais, À queima roupa e Coração de Luto. Centenas de cartazes foram colados na Cinelândia com frases como "Bala mata fome?", "Os velhos no poder, os jovens no caixão" e "Mataram um estudante. E se fosse seu filho?".

Calabouço 1968 - um tiro no coração do Brasil é um documentário sobre a morte do estudante Edson Luís. 

Paulo Gomes, advogado, ex-preso político e militante da esquerda é o produtor.  No filme você pode conhecer os fatos como eles aconteceram, não a versão mentirosa apresentada pela ditadura. 

Calabouço 1968 - Um tiro no coração do Brasil é ponto de partida para reflexões sobre todo o período da ditadura militar até a redemocratização e as manifestações de rua dos dias atuais.