Em fins de 1956, o governo federal comprou da Grã Bretanha um porta-aviões de segunda mão, que recebeu o nome de "Minas Gerais". O navio, julgado essencial pelos estrategistas militares para a proteção das costas brasileiras, detonou uma intensa disputa entre a Marinha e a Aeronáutica, para saber quem controlaria o porta-aviões. Além disso, houve fortes críticas ao preço do navio, considerado altíssimo pela oposição ao governo do presidente Juscelino Kubitschek.
Tudo isso deu farto material para o compositor e cantor Juca Chaves, que começava a se destacar no cenário musical brasileiro, a compor a modinha satírica "Brasil já vai à guerra", ( lançada em 1960) que logo caiu no gosto do povo.
O sucesso de Juca Chaves já tem mais de 50 anos, mas se repete periodicamente. Cante em dó maior.
"Brasil já vai à guerra,
Comprou um porta-aviões
Um viva pra Inglaterra
De 82 bilhões.
(Mas que ladrões!)
Comenta o Zé Povinho,
Governo varonil,
Coitado, coitadinho
Do Banco do Brasil.
(Ah, ah, quase faliu)
Enquanto uns idiotas
Aplaudem a medida.
O povo, sem comida,
Escuta as tais lorotas.
(Dos patriotas)
A classe proletária
Na certa comeria
Com a verba gasta diária
Em tal quinquilharia.
(Sem serventia)
Porém há uma peninha.
De quem é o porta-avião?
É meu, diz a Marinha.
É meu diz, a Aviação.
(Ah, revolução!)
Brasil, terra adorada,
Comprou um porta-aviões.
82 bilhões.
Brasil, ó pátria amada.
(Que palhaçada!)"
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