Em todos os Estados brasileiros, os partidos se preparam para as eleições de 2014. Nesse processo, nomes surgem como candidatos na disputa para cargos no Executivo e Legislativo, nacional e estadual. Eles possuem sobrenomes já conhecidos pela população brasileira, como é o caso dos candidatos à Presidência da República, Aécio Neves e Eduardo Campos, netos de figuras emblemáticas na recente história política brasileira
Não há dificuldade em citar algumas famílias mais conhecidas:
Sarney, Magalhães, Calheiros, Alves, Maia, Bornhausen, Richa e Barbalho. Os filhos dessas famílias tradicionais da política brasileira nasceram e cresceram em redutos de traços oligárquicos que sempre estiveram presentes na política brasileira.
A maioria tem origem na família patriarcal colonial, matriz da formação do Estado brasileiro. É como Gilberto Freyre aborda em sua obra: a família patriarcal é a dominação primeira do Brasil e se pode perceber a sobrevivência desse grande patrimonialismo até hoje na política brasileira.
Em seu livro "Teias do Nepotismo", o cientista político, sociólogo e professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Ricardo Costa de Oliveira, investiga, entre outras questões, as relações de parentesco entre os membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Segundo ele, dois terços dos senadores são membros de famílias políticas e metade dos deputados federais pertence a clãs influentes politicamente. "Quando nós analisamos os jovens deputados federais, aqueles com menos de 35 anos, quase todos também pertencem a famílias políticas, e os nossos dados de pesquisa mostram que esse é um fenômeno em crescimento no Brasil", diz.
Ainda de acordo com Oliveira, grande parte dessas famílias têm raízes no período colonial. "É o caso da família Andrada em Minas Gerais, que está há cinco gerações no parlamento. Em cada estado da federação, nós ainda encontramos muitas famílias que tiveram origem no latifúndio. Quanto mais local, mais esse fenômeno se acentua".
Convém observar que esse não é um fenômeno de mudança rápida, que depende de melhorias de âmbito econômico e social para acontecer. Na hipótese, somente a reforma política poderá criar legislação que obrigue os partidos a promoverem alternância no poder, impedindo que parlamentares tenham inúmeros mandatos, incorporando, assim, ao legislativo o mesmo formato de reeleição existente no Executivo, como quer, aliás, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.
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