"A falência das empresas, sua bancarrota, está sendo o mecanismo usado para forçar as 'confissões', está evidente. Os 'confessantes', entregando a rapadura, veraz ou fantasiosa, são soltos quase imediatamente".
Os números que mostram que a construção civil demitiu 250 mil trabalhadores depois da “Lava Jato”. A quatro pessoas por família, um milhão de seres humanos que, aparentemente, não fazem diferença.
Gente que,
sem sombra de dúvida, não roubava e não enriquecia, como os premiados pela
delação.
E que não
molhava a mão de ninguém, como os empreiteiros.
Não se tem
notícia de alguma filha de Paulo Roberto Costa ou de Alberto Yousef indo
filar a bóia no vizinho, ou que alguma delas esteja pegando uma faxina na casa
das madames para pagar a conta de luz.
Não existe
Justiça quando, em seu olhar, não são as consequências sociais que ocupam o
primeiro plano na visão de um juiz, salvo se o juiz é um obtuso.
Se
milhares de famílias ocupam ilegalmente o Pinheirinho, não é o “mande a polícia
expulsar imediatamente e cumpra-se a lei” a sabedoria que se espera de quem tem
o poder de julgar, por maiores sejam as razões do proprietário.
Isso é
algo que se espera de um energúmeno, não de alguém que recebe do Estado a
missão de resolver conflitos de forma justa e humana.
A falência
das empresas, sua bancarrota, está sendo o mecanismo usado para forçar as
“confissões”, está evidente.
Os
“confessantes”, entregando a rapadura, veraz ou fantasiosa, são soltos quase
imediatamente.
Para cada
preso de Sérgio Moro, porém, dezenas de milhares de homens, mulheres e crianças
já são imediatamente condenados: à fome, às necessidades, ao desespero.
Não têm
confissões a fazer, muito menos quem as premie por elas.
Significa
que se devesse aceitar a corrupção em nome do emprego?
Não,
absolutamente não.
Havia um
sem-número de medidas que se poderia tomar.
Reter, por
exemplo, uma parcela de seus ativos e faturamento, de forma a garantir a
devolução do desviado.
Determinar
a auditoria dos contratos imputados de desvio.
Como
escreveu um amigo, “Quem comete crimes são pessoas, não instituições.
Torturadores eram militares, não o Exército. Corruptores eram dirigentes, não
empresas”.
Empresas
podem e devem ser punidas com multas, até porque é inimaginável que se possa
“enjaular” uma pessoa jurídica.
Mas,
quando são punidas com meses de insegurança, onde até mesmo pagá-las o
contratado, por obras efetivamente realizadas, torna-se um perigo para qualquer
dirigente público que as contratou – só deixa um caminho possível:
parar.
E, parando
a construção pesada no país, o Dr. Moro fez diferença.
Uma
dramática diferença, não para os ricos, que viverão à farta com tudo o que lhes
sobra.
Mas para
os pobres, a quem não sobra nada e agora falta tudo.
Faz
diferença, não é, Dr. Moro?
Brasil 247
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