Em
meados de 2014 as previsões divulgadas
por algumas empresas de consultoria econômica, asseveravam que o Brasil estaria
a ponto de se tornar a sexta maior economia do mundo em termos de seu Produto
Interno Bruto, o tão falado PIB.
Para quem acompanhava a evolução do desempenho econômico dos principais países
do mundo, tal fato não apresentava nenhuma surpresa. Há, ainda hoje, algumas
economias que formam um meio de campo embolado, logo depois dos 4 primeiros:
Estados Unidos, China, Japão e Alemanha. O outro grupo é composto por França,
Inglaterra, Brasil e Itália. Existem,
por assim dizer, várias metodologias possíveis para mensuração dos PIBs
nacionais.
O que se pretende demonstrar aqui aos leitores de A VOZ é uma visão mais
realista e menos ufanista da comparação apressada dos PIBs, tal como vem
ocorrendo ao longo dos últimos meses, sem adentrar no mérito dos ajustes
fiscais, mas à espera da consagração do ministro Joaquim Levy.
A lista de
tarefas que o Brasil ainda tem a cumprir para com a maioria de sua população é
longa. Os elevados índices de morte violenta, como a taxa de homicídios e a
taxa de mortos nos acidentes de trânsito. Os elevados índices de analfabetismo
entre adultos e as preocupantes proporções do chamado “analfabetismo funcional”
no conjunto da população evidenciando a corrupção que grassa do Oiapoque ao
Chuí e que os próprios corruptos e corruptores insistem em colocar o dolo e a
culpa no Partido dos Trabalhadores-PT, somente para homenagear as
verberações simplistas.
As altas taxas de ocupação residencial sem as mínimas condições de oferta de serviço de saneamento, como água e esgoto. Os números expressivos de famílias residindo em condições de favela e áreas consideradas como de alto risco. As péssimas condições associadas ao tempo e à qualidade no uso de transporte público. A falta de acesso à terra para quem vive no campo. Os vergonhosos índices de trabalho escravo denunciados a cada ano. E por aí vai.
As altas taxas de ocupação residencial sem as mínimas condições de oferta de serviço de saneamento, como água e esgoto. Os números expressivos de famílias residindo em condições de favela e áreas consideradas como de alto risco. As péssimas condições associadas ao tempo e à qualidade no uso de transporte público. A falta de acesso à terra para quem vive no campo. Os vergonhosos índices de trabalho escravo denunciados a cada ano. E por aí vai.
Há necessidade premente em mexer na questão da profunda desigualdade que continua a ser a marca de nossa sociedade. Não apenas essa redução de fachada, onde se comparam os rendimentos dos que estão no topo dos 10% de renda mais alta. Isso porque nossa sociedade é tão profundamente desigual, que nesse ínterim estão presentes parcelas expressivas das classes médias a esconderem a verdadeira face da permanência dessa elevada disparidade.
Trata-se, isso sim, de reduzir a vergonhosa concentração da riqueza em mãos dos 0,5% ou 1% mais abastados, na comparação com a absoluta maioria que se vê obrigada a sobreviver com uma renda equivalente ao salário mínimo. Aí, sim, teríamos então algo que mereça realmente ser comemorado com tanto orgulho.
nilsonazevedo@globo.com
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