Liderados
pelo procurador Deltan Dallagnol, os procuradores que integram a força-tarefa
da Operação Lava Jato aceitaram posar para uma foto polêmica, publicada pela
Folha de S. Paulo e inspirada no filme "Os Intocáveis", em que Kevin
Costner era o mocinho na caçada a Al Capone; na reportagem interna, os
procuradores fizeram um apelo para que os executivos presos há mais de 120 dias
de forma preventiva não sejam soltos e para que a União não firme acordos de
leniência; "Se houver a soltura de réus agora, esses processos podem ser
atrasados por dez, quinze anos", disse Dellagnol; "A CGU foi feita
para controlar corrupção de funcionários públicos, não para ser a salvadora do
emprego", afirmou Carlos Fernando Lima.
Na imagem atual, o procurador Deltan Dellagnol, aparece ao centro,
ladeado por seus colegas na investigação – ao todo, são nove os investigadores.
No filme hollywoodiano, o mocinho era Kevin Costner, que lutava contra o poder
de Al Capone.
A reportagem traz também declarações interessantes dos procuradores.
Carlos Fernando Lima, um dos principais nomes da investigação, diz que o blefe
foi uma das táticas para convencer alguns empresários a fazer delação premiada.
"No começo, lançamos um grande 171: espalhar que já tinha gente na fila
para colaborar, deixamos as pessoas saberem que já tinha uma pessoa ou empresa
interessada, mas a gente não tinha nada. Aí começaram a bater na nossa
porta", disse ele.
Os procuradores também fazem dois apelos. O primeiro, para que os
executivos e empresários presos há mais de 120 dias, de forma preventiva, não
sejam soltos pelo Supremo Tribunal Federal. O segundo, para que os acordos de
leniência negociados pela Controladoria-Geral da União com as empresas, que
preveem o pagamento de multas, mas preservam vivas as construtoras, sejam
inviabilizados.
"Se houver a soltura de réus agora, muitos deles com dinheiro sujo
escondido no exterior, esses processos podem ser atrasados por dez, quinze
anos", disse Deltan Dellagnol.
"A CGU foi feita para controlar corrupção de funcionários
públicos, não para ser a salvadora do emprego. Se o governo quer criar um Proer,
que o faça no lugar certo, que é o Congresso", completou Carlos Fernando
Lima.
O argumento do governo para negociar os acordos de leniência é a
necessidade de preservar as empresas, os empregos e o conhecimento adquirido
pelas empreiteiras. Desde o início da Operação Lava Jato, mais de 250 mil
empregos foram eliminados no setor de construção.
Onde está o bom senso?
Ontem, o jornalista Mauro Santayanna publicou um artigo em que questiona
a indiferença do Poder Judiciário aos efeitos sociais da Lava Jato e questiona:
onde está o bom senso?
"No
contexto da Operação Lava Jato, centenas de milhares de trabalhadores e
milhares de empresas já estão perdendo seus empregos e arriscando-se a ir à
falência, porque o Ministério Público, no lugar de separar o joio do trigo, com
foco na punição dos corruptos e na recuperação do dinheiro – e de estancar a
extensão das consequências negativas do assalto à Petrobras para o restante da
população – age como se preferisse maximizá-las, anunciando, ainda antes do
término das investigações em curso, a intenção de impor multas punitivas
bilionárias às companhias envolvidas, da ordem de dez vezes o prejuízo
efetivamente comprovado", disse ele.
Com informações do Brasil 247
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