O senador Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP), autor do voto que prevaleceu na CCJ, contrário à redução
da maioridade, avalia que a aprovação de proposta semelhante pela CCJC da
Câmara é reflexo de um Congresso mais conservador após as eleições de outubro
passado; "Conservador, fundamentalista e midiático. É esse o retrato"
disse Randolfe.
No exame da PEC 33, o senador opinou que a redução seria inconstitucional, considerando a inimputabilidade até os 18 anos uma garantia individual protegida como cláusula pétrea – sem possibilidade de mudança por emenda.
No exame da PEC 33, o senador opinou que a redução seria inconstitucional, considerando a inimputabilidade até os 18 anos uma garantia individual protegida como cláusula pétrea – sem possibilidade de mudança por emenda.
Afirmou também que
o papel primordial do Estado é garantir condições para o desenvolvimento de
crianças e adolescentes e que a mudança na maioridade seria medida extrema e
desproporcional no combate à violência.
"Isso não
resolve o problema da criminalidade. Um por cento dos crimes são cometidos por
adolescentes e crianças. Isso aí acaba empurrando para um círculo vicioso:
reduzir para 16, para 14, depois para 12. Daqui a pouco teremos maternidade de
segurança máxima. Respeito o drama de quem foi vítima de alguma violência, mas
mandar crianças e adolescentes para os presídios brasileiros, que não
ressocializam ninguém, não acho que seja uma solução" diz Randolfe.
A PEC 33 ainda
passará por uma comissão especial na Câmara antes de ser votada no Plenário
daquela Casa. Para serem aprovadas, propostas de emenda à Constituição têm de
receber os votos de pelo menos três quintos dos parlamentares no Senado e na
Câmara, ou seja, 49 senadores e 308 deputados, em dois turnos.
Na votação na CCJ
do Senado, a PEC 33 foi rejeitada por 11 a 8, após intenso debate. Senadores
contrários à mudança lembraram que os menores, a partir de 12 anos, já estão
sujeitos a punições previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, que
incluem a internação por até três anos. Também apontaram subjetividade nos
critérios a serem adotados pelo Ministério Público e pelo Judiciário para
permitir ou não a aplicação da lei penal.
Os senadores
favoráveis à mudança, como o relator Ricardo Ferraço (PMDB-ES), ressaltaram que
o tratamento diferente para menores infratores "não funciona" e deixa
a sociedade indefesa diante da violência.
Agência Senado
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