Banalizou. Não há mais perplexidade em assistir escândalos e
denúncias a envolverem os mais variados atores políticos. Os atuais e antigos
donos do poder têm nos brindado com inúmeras lições de como fazer política com
"p" minúsculo, mostrando claramente, a falta de compromisso com a população.
As mídias, principalmente os blogs, noticiam fartamente sobre todos os fatos e
os interesses pessoais e de grupos se sobrepõem aos desejos e necessidades de
nossa população. Uma pergunta, entretanto, não vem sendo feita pela mídia. Qual
a resposta que a população vai dar a esta desordem, a esta esculhambação? É
triste ver algumas pessoas dizerem que política é assim mesmo, logo, devemos
nos conformar com todas estas atitudes
Não podemos aceitar essa opinião, sob pena de abrirmos mão da esperança
de promovermos as mudanças necessárias para varrer da vida pública pessoas que
não corresponderam as expectativas do nosso voto. Estes fatos lamentáveis
mostram como é importante deixar de lado a alienação política, achar que este
tipo de discussão não é importante para nossa batalha do cotidiano. Tudo
depende de decisões políticas, já dizia Bertolt Brecht, no século passado, com
o seu poema "O analfabeto político". Quem não está atento e informado,
certamente, sofrerá muito mais as consequências de atos políticos negativos.
Se navegar é preciso, renovar também se faz necessário. A resposta da pergunta acima, necessariamente, passará por esta questão. Que tipo de renovação estamos dispostos a fazer?
Não se pode discutir apenas nomes. A
reflexão maior deve ser em cima da troca do modelo de gestão pública, caso
contrário, esses nomes de reposição serão como trocar seis por meia dúzia.
Este modelo de gestão implantado há décadas está caindo de podre.
Fisiologismo; assistencialismo sem cidadania; falta de transparência com os
gastos públicos; inchaço da máquina pública com nomeações fraudulentas e
eleitoreiras; falta de políticas públicas essenciais e agressivas na saúde, educação e
saneamento; falta de uma política ordenada para geração de
emprego e renda: descaso com o patrimônio cultural; falta de planejamento
urbano e uma política voltada para o turismo, além de outras questões, nos
colocam diante deste desafio de romper com esta forma pequena de fazer
política.
Não pode haver “salvadores da pátria”.
Precisamos de um choque de gestão, mas de gestão participativa, com os
setores organizados da sociedade e população participando ativamente das
decisões importantes nos municípios.
Entristece, ainda mais, saber que o problema não é falta de recursos, e sim, de incompetência e desvio acintoso dos recursos públicos. Qual a resposta que a população vai dar a esta desordem?
Se continuarmos apostando apenas nos nomes mais famosos, nos políticos profissionais, sem avaliar o seu conteúdo, se continuarmos vendendo nosso voto por um benefício fugaz e imediato, se continuarmos não prestando atenção no debate político da cidade, avaliando sobretudo propostas, se continuarmos colocando nosso interesse pessoal em detrimento do interesse coletivo, não vamos dar resposta nenhuma. Continuaremos sendo vítimas do oportunismo político, das mentiras e falsas promessas, da falta de compostura, e principalmente, da falta de planejamento e visão de futuro, não há dúvidas de que se abaterá não somente sobre nossa realidade, mas também sobre a perspectiva futura dos nossos filhos e netos.
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