Muito escutei dos mais velhos aqui de XiqueXique a história de um
conterrâneo cuja prolixidade era de espantar; não mencionarei seu nome, porém o chamarei de Professor Dr.
Romualdo. Vou reproduzir, com falhas de memória, o que me contaram sobre esse assunto:
”Existia, deveras, em XiqueXique esse professor Romualdo que se comunicava com seus alunos mais ou menos
assim: ”Filho meu, ergue-te do leito, onde repousaste por toda a noite, faz a
devida higiene bucal; terminada, arma-te
de uma cesta e dirige-te ao Mercado São Francisco, lá encontrarás uma mulher,
vendendo um produto de uma massa amarelada côncavo e convexo, que os ignorantes daqui XiqueXique
chamam simplesmente de cuscuz.
Apossa-te de duas unidades, faz a devida remuneração e em seguida,
retorne ao lar paterno, onde faremos um repasto gastronômico, no nosso café da
manhã.
À época das histórias em lide, para se transportar para a vila do
Icatu, o cidadão pegava um paquete à
vela ou uma barca a motor. Certo dia já chegando no Icatu, depois de passar pelo riacho, o
nosso Professor, perguntou ao barqueiro Chiquim que fazia o trajeto da Ipueira
até a Vila Icatuense: “Senhor Francisco, quanto cobras em remuneração ou pecúnia, para
me transpor deste Polo àquele Hemisfério? Se referindo á viagem fluvial de XiqueXique ao Icatu. O barqueiro Chiquinho meio irônico questionou: Como
é que é, cabra da peste?
Ao que, o sábio personagem retrucou de imediato: "Senhor Francisco, se
zombas de mim, por ignorância, perdoar-te-ei, se porventura, zombas da minha
alta prosopopeia, dar-te-ei um murro no alto da sinagoga e lançar-te-ei ao solo
pátrio, jorrando aquele líquido vermelho e viscoso, que os que ignoram, chamam
de sangue".
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