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Crônica para um dia nublado de domingo

5/31/2015


Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio,
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.


O bicho não era um cão.
Não era um gato.
Não era um rato.


O bicho, meu Deus, era um homem.

Ainda quente, te, de tudo, macarrão, arroz, feijão, pedaços de frutas mordidas e dessa vez, algo raro, um livro.

Mastiga
Engole.


(Manuel Bandeira)

 


Política é coisa nossa sim, meu velho e minha velha. Política é coisa de filho e filha com pedras nas mãos a por abaixo o palácio de cristal com seus doutores dentro.

Política da unidade entre os nossos, os que jamais pisarão as calçadas da fama endinheirada, seja porque já estão excluídos desde sempre, seja porque passarão a desdenhá-la neste mundo de hipocrisias.

Se toda produção material e imaterial flui do povo ou nele tem referência, será a política dos de baixo, dos que nada tem a perder, que poderá recuperá-la na luta contra os de cima, os homens de terno e cifrões.

Comecemos desde já: um olho aprendiz atento ao passado das sublevações palmarinas, canudenses e outras mais. Um presente que se faz da unidade e luta sem intermediários em incontáveis greves e ocupações rurais e urbanas nesse Brasil afora, desde a fábrica, escolas e moradias periféricas até a Amazônia verde.

Queremos um futuro promissor, erguido sobre os escombros da vida burguesa e de seus cérebros sedentários. Um futuro feito a partir do operário  birrento, da juventude  enfezada, da mulher invocada e do índio brigador. Mas uma gente que se faz boa quando todo patrão se vai, enterrado para todo o sempre e  para nunca mais voltar .

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