Segundo o jornalista Ricardo Noblat, o juiz Sergio Moro se refere ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como 'Nine', numa alusão a seus 'nove dedos'; qualificar alguém em razão de uma deficiência física, como fez Ronaldo Caiado, com a camisa 'Basta', nas manifestações de março e abril deste ano, é uma atitude fascista; segundo Noblat, Moro 'tem a esperanca' de pegar o ex-presidente Lula; delatado por Alberto Youssef como dono de uma diretoria em Furnas que pagava mensalão de US$ 100 mil/mês a parlamentares no governo FHC, o senador Aécio Neves não foi atingido pela Lava Jato; Lula está na mira.
Não é de hoje que os críticos mais rasos do ex-presidente Lula recorrem
ao fato de ele ter um dedo a menos na mão esquerda (em decorrência de um
acidente quando era torneiro mecânico) para tentar diminuir sua capacidade. A
atitude, de caráter nitidamente preconceituoso, estaria sendo replicada pelo
juiz Sérgio Moro (segundo o jornalista Ricardo Noblat), responsável pela
operação Lava Jato, que investiga a corrupção em contratos de empreiteiras com
a Petrobras. De acordo com Noblat, em seu Twitter, Moro se refere ao petista
como "Nine" - nove em inglês -, quando está entre amigos. "Tem
esperança de pegá-lo", afirma o colunista de O Globo, em referência à fase
mais recente da operação, que prendeu Marcelo Odebrecht, empreiteiro próximo de
Lula.
Caso a afirmação de Noblat não seja rapidamente desmentida por Moro,
ficará escancarada a intenção política do magistrado que comanda os rumos da
Lava Jato. Neste fim de semana, todos os veículos da imprensa familiar - Folha,
Veja e afins - dão como certo que o próximo passo da operação é tentar criar
uma vinculação com Lula, para assim prendê-lo, o que traria consequências
político-eleitorais muito negativas para ele e para o seu partido, o PT. Mas
como esperar correção, imparcialidade e respeito nas investigações e decisões
de um juiz que se refere a um ex-presidente da República não pelo nome, mas por
uma vocativo fascista?
Ao chamar Lula de "Nine", Moro se aproxima de políticos da
extrema-direita brasileira, como Ronaldo Caiado, do DEM, que, nos protestos do
início deste ano, vestiu uma camisa que trazia uma mão com quatro dedos sujas
de petróleo acompanhadas da expressão "Basta". A atitude reprovável
de Caiado, que foi duramente criticado por tal indecência, não pode ser
repetida por um magistrado responsável pelo julgamento de um processo que
envolve políticos e empresários.
A forma pejorativa como faria referência ao ex-presidente guarda ainda
outros significados. Além de demonstrar a posição adversa ao político e ao
partido que ele lidera, tal atitude reforça a informação de Moro ignorou
realmente trecho da delação do doleiro Alberto Youssef, que acusou o
senador Aécio Neves (presidente nacional do PSDB e candidato derrotado a
presidente no ano passado) como dono de uma diretoria em Furnas que pagava mensalão
de US$ 100 mil/mês a parlamentares no governo tucano de FHC.
0 comentários:
Postar um comentário
Os comentários serão de responsabilidade dos autores. podendo responder peço conteúdo postado!