"Não há homens bons ou maus, mas humanos em contextos que serão mais ou menos perversos, mais ou menos solidários, conforme a capacidade que a sociedade tenha de produzir e se organizar e principalmente de criar e recriar conceitos para ir se aprimorando". (Jean-Jacques Rousseau)
Uma discussão bem antiga, mas que sempre “vem à tona” é aquela que discute se “o homem nasce bom e a sociedade que o corrompe” ou se “o homem nasce mau e a sociedade que o torna bom”.
Dentre os estudiosos que levantaram
tal questão estão Rousseau e Hobbes; ambos defendendo uma perspectiva distinta.
Rousseau defendia que os homens nascem bons, mas em contato com a sociedade que
é má, tornam-se igualmente maus. Essa perspectiva dialoga bem com a visão
cristã, onde as crianças seriam tidas como puras e tornam-se pecadoras à medida
que começam a perceber os males do mundo, os quais as envolvem. Por outro lado,
Hobbes defendeu que o homem nasce mau, com instintos de sobrevivência, e que
devido a tais instintos é capaz de fazer qualquer coisa. Para Hobbes, a
sociedade tem o papel de educá-lo, de humanizá-lo, de torná-lo sociável.
“Quem foi que disse que amar é sofrer?
Quem foi que disse
que Deus é brasileiro,
Que existe ordem e progresso,
Enquanto a zona corre solta no
congresso?
Quem foi que disse
que a justiça tarda mas não falha?
Que se eu não for um bom menino, Deus
vai castigar!” (Zé Ninguém, de BIQUINI CAVADÃO).
Nascemos como “uma folha em branco”.
Não temos história, apenas nossos instintos. Ao longo da vida vamos passando
por experiências sociais, como se fossemos amassados. Isso seria as nossas
experiências sociais. Por mais que buscamos desamassar uma folha, permanecerá
nela marcas, umas mais profundas, outras menos.
Assim são nossas experiências
sociais; a "vida" nos marca e são essas marcas que ficam registradas
em nosso consciente e subconsciente, as quais nos propiciam predisposições para
nossas ações. O fato é que, a folha inicialmente é lisa e só depois de amassada
possuirá marcas, sejam elas feias ou bonitas; isso quem vai julgar é o
“medidor” social que varia de sociedade para sociedade, assim como de tempo em
tempo. Desta forma, acredito que a classificação bom ou mau não está ligado ao
homem, mas a ideia de mau e bom que cada sociedade possui.
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