"Ao contrário o que se propaga, o que este levantamento atesta é
que o prestígio de Lula no eleitorado continua extremamente forte, mesmo com
toda a artilharia que se despeja sobre o ex-presidente", diz Fernando
Brito, editor do Tijolaço, sobre a pesquisa Ibope deste fim de semana, que
apontou possibilidade de vitória do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em eventual
disputa contra o ex-presidente Lula; "O jogo sucessório começa, de fato,
ano que vem, seja com a reorientação do Governo Dilma após um ano de arrocho e
persistente paralisia política, com Lula ou, no caso da manutenção de políticas
recessivas e da abulia política, sem ele"; leia a íntegra
A pesquisa
Ibope-Estadão que ocupa as manchetes dos sites dos grandes jornais, desse fim de semana, faz parte apenas do campo da propaganda.
Não apenas qualquer
pesquisa feita mais de três anos antes de eleições já é, por si, pouco
reveladora do que podem ser as tendências do eleitor quando chegar este “futuro
distante” em matéria eleitoral .
Tanto é assim que o
próprio Ibope, em março de 2013 – portanto com um ano
e meio de antecedência sobre as eleições de 2014 – dava, naquele momento, uma
diferença de 58% a 9% em favor de Dilma Rousseff sobre Aécio Neves e o
resultado final foi apertado, ao ponto de, até agora, Aécio praticamente se
proclamar “presidente dos brasileiros”.
Metade, portanto,
da antecedência desta.
Menos de um ano
antes da eleição de 2006, em dezembro, Serra, que nem foi candidato,
ficava à frente de Lula na preferência dos eleitores, segundo o Datafolha, numa
simulação de segundo turno: 50% a 36% a favor do tucano.
São fatos, não
opiniões, que revelam a falta de densidade de pesquisas assim.
Isso quando não
chegam á impunidade com que algumas manipulam dados, como a divulgada pela revista Época duas semanas antes do 2º turno das
eleições do ano passado, num episódio que, até hoje, não trouxe nenhuma
consequencia para os autores do estelionato estatístico.
Ao contrário o que
se propaga, o que este levantamento atesta é que o prestígio de Lula no
eleitorado continua extremamente forte, mesmo com toda a artilharia que se
despeja obre o ex-presidente, porque ele – mesmo com o incrível peso que
arrasta da imensa perda de popularidade do Governo Dilma, continua com um
ponto de partida solidíssimo em um terço dos eleitores.
Outros 20% por
cento dos eleitores, mesmo colocados diante de uma disputa de segundo turno,
permanecem indecisos
É obvio que a
situação de Lula já foi muito melhor.
Mas é um engano
achar que Aécio Neves teria “disparado”.
Absolutamente, não:
a pesquisa lhe atribui 48% dos votos totais numa simulação de 2º turno. Na
eleição de outubro passado, seu percentual foi de 45,5%, que subiram a 48,3%
dos votos em candidatos, com o expurgo dos brancos e nulos, que foram 6,%, não
os 20 por cento que esta pesquisa registra. Assim, chegou-se ao resultado que
lhe deu 48,3% dos votos.
O crescimento de
Aécio foi, assim, de 2,5%, não apenas dentro da margem de erro da
pesquisa como, em qualquer hipótese, pouco, muito pouco para aquele que deveria
ser o beneficiário maior do profundo desgaste de Dilma.
Mas existe um outro
fator a considerar: embora Lula esteja preso a compromissos de solidariedade a
Dilma, o eleitor faz o “descolamento” da figura de Lula do quadro conjuntural
do Governo.
O jogo sucessório
começa, de fato, ano que vem, seja com a reorientação do Governo Dilma após um
ano de arrocho e persistente paralisia política, com Lula ou, no caso da
manutenção de políticas recessivas e da abulia política, sem ele.
Os tucanos, Aécio e
Alckmin, sabem que este “resultado” eleitoral do Ibope é frágil e de pouco
sentido.
Embora não fosse de
todo mau que Aécio passasse a considerar a eleição e não o “tapetão
judicial” o seu melhor caminho para o incontrolável sonho de
menino mimado, o de ser Presidente do Brasil.
Ao menos sonharia sem fazer o Brasil se preocupar
com pesadelos golpistas.
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