As doze cidades-sede da Copa do Mundo registraram, no ano de 2013, quinze mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no país. Os dados fornecidos pelo disque denúncia do governo federal apontam Salvador em 3° lugar no ranking de exploração sexual contra menores.
Diante do quadro atual, autoridades e representantes de hotéis da capital se reuniram, na manhã de ontem, no Rio Vermelho para discutir medidas de prevenção e punição durante o torneio mundial.
De acordo com a delegada Jussara Souza, titular da 7ª DT, a iniciativa é uma parceria entre as policias Civil e Militar e do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), e tem como principal objetivo orientar os profissionais, que exercem cargos de liderança em hotéis em como proceder numa situação dessas.
“ O turismo sexual é fato. Cidades praianas como Salvador estão no foco desses criminosos. Para combater o problema, temos que envolver todo trade turístico não apenas durante a Copa, mas todos os dias. A primeira providência numa situação dessas é entrar em contato com o disque 100 ou com a polícia para fazer a denúncia”, orientou a delegada.
Segundo dados do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, Cedeca, que é referência no combate a exploração infantil na capital, das 1000 denúncias contra crianças e adolescentes feitas em Salvador em 2013, 745 são de abuso sexual e 160 de violência sexual.
Diante da gravidade do problema, o órgão vem desenvolvendo medidas de prevenção e informação que serão utilizadas durante o Mundial. Uma delas é A Agenda de Convergência que reúne denúncias especificas sobre os casos de abuso em todo pais. Aqui na capital ele funciona integrado com as polícias e com órgão de proteção à pessoa formalizando as denúncias.
Outra novidade do Cedeca é a implantação do Plantão Integrado que funcionará, na sede da Fundação da Criança e do Adolescente (FUNDAC), no bairro de brotas. As crianças e adolescentes acolhidas na capital, inclusive as vítimas de exploração do trabalho infantil, serão encaminhadas para a sede.
Além disso, panfletos em mais de um idioma informando o número do disque 100 serão distribuídos nos aeroportos, rodoviária e hotéis capital baiana.
Preocupados com o problema, Paulo Brito, coordenador patrimonial do Bahia Othon Palace, disse que algumas medidas foram adotadas pelo grupo para evitar esse tipo de crime.
“Nos já adotamos há alguns anos o procedimento de identificação na recepção para saber se trata de uma menor. Porém, com a chegada do Mundial, todos os hóspedes, inclusive os que visitam, são obrigados a fazer o registro na entrada e a também fazer uso de uma pulseira de identificação enquanto estiver no hotel”, disse.
Já Jean Glauber, gerente de segurança do Grupo Pestana, disse que uma das maiores dificuldades é forma de abordagem. “O Pestana já adota o cadastro de todos os hóspedes, além de pulseira de identificação. Esse encontro tem que acontecer mais vezes. O apoio da policia, principalmente informando como fazer a abordagem é de grande importância para todos nos”, afirmou.
Tribuna da Bahia
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