Depois de seu partido ter votado integralmente pelo reajuste médio de 59% do Judiciário, que foi aprovado por unanimidade pelo plenário do Senado no fim de junho, Aécio Neves diz em entrevista que o aumento para os servidores é "absolutamente impagável" no cenário atual; segundo o senador tucano, "essa aprovação é o retrato do fim do governo", que não conseguiu articular para que a matéria não passasse no Congresso; e sobre os votos da oposição, justificou: "a oposição votou a favor de forma pedagógica, para mostrar que ali não existia governo, certa de que a presidente ia vetar, e tem que ser vetado mesmo"; em ato falho nesta terça, Aécio declarou que o PSDB é "o maior partido de oposição ao Brasil"
Após a aprovação por
unanimidade no plenário do Senado, no fim de junho, do reajuste médio de 59% do
Judiciário, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) classificou a proposta como
"absolutamente impagável" nos tempos atuais, de ajuste fiscal, em
entrevista ao jornal O Tempo. Segundo ele, a oposição votou de forma
"pedagógica, para mostrar que ali não tinha governo".
"Essa votação do aumento
do Judiciário, absolutamente impagável, é a radiografia, é o retrato claro, do
fim do governo", disse Aécio. O motivo, segundo ele, seria o fato de
"a base de sustentação do governo, com o apoio do PT", ter permitido
que o projeto fosse aprovado "por aclamação" na Câmara, na Comissão
de Justiça e depois por unanimidade no plenário do Senado. "Não houve um
líder do governo para ir lá pedir vista do processo", completou.
"O governo, que tem essa
responsabilidade, sabe como votou? Votou a favor", continuou o parlamentar.
"A oposição votou até de forma pedagógica para mostrar que ali não existia
governo, certa de que a presidente ia vetar, e tem que ser vetado mesmo",
justificou o senador. Em seguida, ele questiona se não seria "muito
curioso" a base votar a favor do reajuste e a oposição, contra. "Nós
quisemos mostrar o seguinte: não existe governo. Não existia ninguém do Palácio
do Planalto negociando aquela matéria", reforçou.
Depois dessas declarações,
Aécio é questionado pela jornalista do jornal mineiro se "esse
raciocínio" da oposição vale também para questões como o favor
previdenciário ou a redução da maioridade penal. O tucano rebate: "peraí,
uma coisa não tem nada a ver com a outra. Maioridade penal não é questão de
governo". As afirmações do presidente do PSDB vêm à tona um dia depois de
seus atos falhos, em que disse ter sido "reeleito presidente da
República" e que o PSDB é "o maior partido de oposição ao
Brasil" (leia mais).
O PLC 28/2015, aprovado no dia 30 de junho pelo plenário do Senado,
prevê um reajuste de 53% a 78,56% aos servidores do Judiciário. Durante
visita aos Estados Unidos, na semana passada, a presidente Dilma Rousseff
classificou o reajuste como "insustentável" e destacou que a proposta
"compromete o ajuste fiscal". De acordo com o ministro do
Planejamento, Nelson Barbosa, Dilma vetará a matéria. Segundo dados do
ministério, o aumento custaria R$ 25,7 bilhões aos cofres do governo nos
próximos quatro anos.
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