O inconformismo das oligarquias e de sua imprensa com
a vitória pelo voto de líderes populares é recorrente em nossa história. A grande imprensa tem sido a principal
arma dos golpistas. Seu pretexto é sempre a luta contra a corrupção, seduzindo
com isso a classe média, recalcada e infeliz com seu empobrecimento real ou
imaginado. Mas o seu objetivo oculto é sempre derrubar o Estado
nacional-desenvolvimentista capitaneado por líderes populares.
Um dos fatores estruturantes do
antilulismo verberado pelos coxinhas e coxões espalhados pelo País é o preconceito de classe contra Lula, que,
aliás, se manifestou tão logo ele saiu do seu casulo original sindicalista e
levou sua liderança para o campo político, fundando o PT e se tornando ele
mesmo um quadro dirigente. Esse é o fator que não existiu nas derrubadas de
nenhum presidente anterior, todos eles originários das famílias dirigentes. Mas
existiu em todas as campanhas anteriores de Lula para presidente, inclusive a
que o elegeu pela primeira vez em 2002.
Chamar Lula de ignorante e despreparado tornou-se uma forma de demarcar
os campos em disputa. Fernando Henrique Cardoso em várias ocasiões fez essa
demarcação. Em uma delas disse com todas as letras que Lula era tático e não
estratégico porque para ter raciocínio estratégico era preciso dominar
conceitos, e Lula não tinha preparo para isso.
Muitos jornalistas empregados na grande mídia tratam Fernando Henrique com reverência, como um
mestre, um professor. Recebem sua fala como uma aula.
Em todas as campanhas, Lula foi tratado de forma desrespeitosa, por
vezes insultuosa. Em todas, inventaram histórias para desmoralizá-lo e tentaram
humilhá-lo com revelações sobre sua vida pessoal e familiar, que nunca ousaram
manejar em relação a outros presidentes ou candidatos a presidente de origem
nas elites. A linguagem preconceituosa contra Lula e desrespeitosa à
figura do ex-presidente do Brasil foi adotada até mesmo por colunistas importantes. O
"reportariado" se dedicou a descobrir ou mesmo inventar gafes ou mesmo lobbysmos nas viagens de Lula
ou nos seus discursos. O antilulismo é, portanto, tema palpitante para os estudiosos da
psicanálise,


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