Os últimos atos dessa ópera bufa, desse filme de horror que é
a ascensão do fascismo que desmorona sobre a nação dia após dia, com virulência
crescente e cada vez mais “criativa”, têm ao menos um mérito: revelar que, do
jeito que está, não pode continuar.
Se você, leitor, achou que o suprassumo de bestialidade foram
os adesivos pornográficos agredindo, de forma psicótica e degenerada, não a
primeira mandatária da nação, mas todas as mães, esposas, irmãs e filhas deste
país, os fatos trataram de mostrar que o fundo do poço não foi atingido.
No hotel em que Dilma Rousseff se hospedou nos Estados
Unidos, durante encontro com o presidente Barack Obama, um dos seguidores
psicóticos de Jair Bolsonaro e de outros como ele conseguiu se Infiltrar,
facilmente, na comitiva da presidente.
O tal Igor
Gilly Teles interceptou Dilma e sua comitiva e passou a insultar a
presidente e seu grupo, enquanto se dirigiam a algum compromisso em solo
norte-americano: “ladra, assassina, terrorista e comunista de merda”.
Discordo de quem pregou agressão da comitiva ao moleque endinheirado
que, obviamente, quis aparecer. Bastaria tê-lo retirado do local, entregando-o
às autoridades norte-americanas, já que estava ameaçando uma chefe de Estado.
A questão, porém, não é essa. Para os que fazem adesivos
pornográficos e insultam de forma descabida a mulher que preside a República,
existe a Justiça. Basta processar. E processar é preciso, porque esse tipo de
comportamento, contra qualquer pessoa, afronta a lei.
O que é inaceitável, no que aconteceu, é constatar que a
presidente da República Federativa do Brasil não tem esquema de segurança.
Aliás, a falha da segurança de Dilma é pior por ter ocorrido
nos Estados Unidos do que teria sido no Brasil, pois estando em solo
estrangeiro, sobretudo em um país famoso por sofrer atentados terroristas, sua
segurança deveria ser ainda mais reforçada, pois a imprevisibilidade do que
pode ocorrer é maior.
Como cidadão, declaro-me assustado com a inépcia da segurança
da governante do meu país. Dilma Rousseff estava nos Estados Unidos
representando 200 milhões de Brasileiros. Portanto, repito: como Cidadão,
sinto-me inseguro ao ver que a responsável pelos destinos de meu país passou
por tal situação de ameaça.
A tranquilidade com que o agressor agiu revela, para espanto
de todos, que ele poderia estar portando uma arma e teria tido todas as
condições de tirar a vida da presidente da República. O relato de como o
meliante agiu, feito por ele mesmo, com orgulho, em entrevista à imprensa,
mostra a irresponsabilidade da segurança da presidente:
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“Fui de andar em andar no hotel procurando ela. Como
eu fiz: eu ia no primeiro andar e colocava o ouvido de porta em porta para ver
se eu ouvia a voz dela. E nisso eu acabava ouvindo vozes do pessoal da comitiva
dela, falando em português, eu procurando a voz dela. Fui de porta em porta,
andar por andar. Imagina, o hotel mais luxuoso de São Francisco é imenso,
parece um castelo, e eu fui de porta em porta, todos os quartos, demorei uma
hora e meia pelo menos tentando ouvir a voz da Dilma”
Quanto tempo irá demorar para que outro psicopata decida que
já que “todos” odeiam Dilma cumpre-lhe aproximar-se dela e meter-lhe um tiro na
cabeça?
A escalada de ódio não para. A cada dia, surge uma agressão
pior do que a outra. Nesse processo, quando o abuso mais impensável for
cometido, só restará o abuso final, o recurso à violência física, já que nenhum
abuso moral parece ser suficiente para esses psicopatas.
Agências de Notícias
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