Acusado pela
Procuradoria-Geral da República de ter recebido ao menos 5 milhões de dólares
do esquema de corrupção na Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alegará em sua defesa no Conselho de Ética que
desconhecia a origem do depósito de 1,3 milhão de francos suíços feito em 2011
em um fundo seu na Suíça e que todo o dinheiro que tem fora do País é fruto de
venda de carne enlatada para a África e de operações no mercado financeiro.
Antes de entrar na
vida pública, no começo dos anos 1990, Cunha descobriu um filão: a venda de
carne enlatada em consignação para países africanos. Como o negócio cresceu,
ele decidiu, segundo sua defesa, abrir uma conta fora do Brasil. O parlamentar
afirma ainda que amealhou a parte maior do seu patrimônio com “operações de
inteligência”.
Ele dirá que “não
reconhece” como seu o montante depositado “à sua revelia” em 2011 pelo lobista
João Henriques, que era ligado ao PMDB e foi preso na Operação Lava-Jato. O
parlamentar suspeita, porém, que o depósito seria o pagamento de um empréstimo
feito por ele ao ex-deputado Fernando Diniz, seu amigo, que morreu em 2009.
Segundo o presidente da Câmara, a dívida teria “morrido junto com Diniz”. Em
depoimento à Polícia Federal, Henriques disse que enviou o dinheiro a pedido de
Felipe Diniz, filho do ex-deputado, e que não sabia quem era o beneficiário. (AE)
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