Não faltaram candidatos fortes, mas é de Aécio, com
folga, o título de Pior Brasileiro do Ano.
Aécio só não fez o que deveria fazer: trabalhar no
Senado. Fazer jus ao salário e mordomias que os brasileiros lhe pagam.
Ele consumiu seu tempo em conspirações contra a
democracia em 2015. Tentou, e continua a tentar, cassar 54 milhões de votos,
sob os pretextos mais esdrúxulos, cínicos e desonestos.
Adicionou um novo e definitivo rótulo a sua imagem
de playboy do Leblon, adepto de esforço mínimo e máximas vantagens: o de
golpista.
Para tanto, andou sempre nas piores companhias da
República. Esteve constantemente junto de Eduardo Cunha, que só não levou o
título de Pior Brasileiro porque Aécio existe.
Aécio foi vital para que Cunha se sagrasse
presidente da Câmara dos Deputados. Depois, quando já eram avassaladoras as
provas de ladroagem de Cunha, Aécio armou um esquema de blindagem para que ele
não respondesse por seus crimes. Tudo isso para que suas pretensões de golpista
obtivessem sucesso.
Aécio protegeu, preservou Cunha. E assim contribuiu
decisivamente para que ele chegasse ao fim do ano ainda na presidência da
Câmara, o que representa uma tonitruante bofetada moral no rosto da nação.
Pode-se dizer que Cunha é filho de Aécio. São sócios
no crime de lesa democracia.
Tanto ele fez que teve acabou recebendo uma resposta
espontânea da sociedade. Fazia muito tempo que um político não era motivo de
tantas piadas.
2015 foi o ano do Aécio golpista, e também o ano do
Aécio piada.
Sua incapacidade patológica de aceitar a derrota se
transformou em gargalhadas nas redes sociais.
Qualquer pessoa que caísse no ano, a piada estava
pronta. Se o Mourinho cair, assume o Aécio?
Houve humor de outra natureza, também. Memes
brotaram em profusão, dias atrás, depois da coroação equivocada como Miss
Universo da candidata da Colômbia. Nestes memes, Aécio aparecia como a Miss
Colômbia.
O que todos lembravam, ali, eram os escassos
momentos pelo qual Aécio se julgou vencedor das eleições presidenciais de 2014.
Ele recebera já informações segundo as quais ganhara
de Dilma, e armara uma festa em Belo Horizonte. A comemoração foi brutalmente
abortada quando foram anunciados os resultados oficiais.
A imagem da decepção ganhou as redes sociais numa
das fotos mais compartilhadas das eleições.
Tivesse grandeza de espírito, Aécio faria o básico.
Ligaria para Dilma para cumprimentá-la e tentaria entender onde errou para
corrigir os equívocos, eventualmente, numa próxima vez.
Mas não.
Da derrota emergiu um monstro moral, um golpista sem
limites e sem pudor, um demagogo que provoca instabilidade no país e depois
fala, acusatório, da instabilidade como se não fosse ele o causador dela.
Por tudo isso, e por outras coisas, é de Aécio o
título de Pior Brasileiro do Ano.
Por Paulo Nogueira-DCM
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